Foto: divulgação Investigado por receber doações de empresas que podem ser fruto de propina do dinheiro desviado na Petrobras, o senador Humberto Costa, líder do PT do Senado, disse, em entrevista à Rádio Jornal nesta sexta-feira (13), que todas as doações de empresas no Brasil possuem interesses como conseguir uma posição estratégica em relação ao governo. “Lamentavelmente, no Brasil, esse sistema de financiamento de campanhas eleitorais transforma a atividade política em uma atividade de alto risco.

Você passa a maior parte da campanha procurando buscar recursos.

E quem financia campanhas eleitorais no Brasil são empresas que querem, de alguma forma, ter alguma aproximação com os políticos”, disse.

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O petista defendeu, então, o financiamento público de campanha como forma de resolver o conflito de interesses com o financiamento das campanhas. “O que está acontecendo agora é que estão querendo criminalizar as doações legais”, argumenta.

INFLUÊNCIA DE DILMA - Apesar de julgar que existem algumas incoerências nos pedidos de investigação encaminhados ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela Procuradoria-Geral da República (PGR), Humberto disse não acreditar que tenha havido influência para alterar a lista transferindo a crise do Palácio do Planalto para o Congresso Nacional, como sugeriu o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

OUÇA A ENTREVISTA NO SITE DA RÁDIO JORNAL. “A presidente da República não seria louca de chamar o procurador-geral da República, ou mandar um ministro chamar o procurador e pedir para botar quem quer que seja dentro dessa lista”, brincou. “Aliás, se ela quisesse fazer, provavelmente ela iria era tirar os seus”, avaliou.

CONSTRANGIMENTO - Humberto também se disse absolutamente constrangido com as investigações, apesar de ressaltar a sua inocência. “Aqui em Pernambuco, não tanto, porque as pessoas me conhecem, me tratam bem, tenho recebido muita solidariedade.

Mesmo as pessoas que podem ter alguma dúvida são muito respeitosas.

As vezes, é que a gente entra em um avião…

Eu até sou paulista, mas eu, sinceramente, nunca vi um povo tão mal educado.

Aí de vez em quando o camarada fica com cochicho, ou dizendo piada, uma coisa e tal.

E a gente fica tendo que aguentar essas coisas aí.

Mas é da vida pública”, ponderou.