Montagens: Bruno de Carvalho/NE10 Por Paulo Veras e Mayra Cavalcanti.
Montagens: Bruno de Carvalho Parece um sonho.
Um Recife do futuro onde o Rio Capibaribe é ladeado nas duas margens por mirantes, praças e ambientes de lazer.
A Rua da Aurora é um grande atrativo turístico, com quiosques e roda gigante.
O Bairro do Recife possui um amplo boulevard para onde as pessoas vão nos fins de semana.
A nova Conde da Boa Vista não tem mais carros, e foi repensada para o passeio público.
Nessa cidade, as pessoas circulam facilmente de BRT, VLT, barcos e até teleférico.
Parece sonho.
Mas pode virar realidade caso projetos e obras públicas que já foram anunciadas pela Prefeitura do Recife, pelo Governo de Pernambuco e pelo governo federal saiam do papel e passem a fazer parte da vida dos recifenses.
Neste dia 12 de março, aniversário de 478 anos da capital pernambucana, o Blog de Jamildo traçou um panorama do Recife do futuro; uma cidade moderna, ágil e galgada em um novo padrão urbanístico.
LEIA TAMBÉM: » VEJA O ESPECIAL DO NE10 PARA O ANIVERSÁRIO DE RECIFE E OLINDA » Quiz do NE10 identifica com qual rua de Olinda ou Recife você parece mais » Saiba como é feito o bolo do aniversário do Recife ARRASTE O MOUSE NAS IMAGENS ABAIXO PARA VER O “SONHO” E A REALIDADE DE CADA PROJETO.
Parque Capibaribe Sonho e realidade do projeto Parque Capibaribe (Imagem: Divulgação/Prefeitura do Recife/Foto: Hélia Scheppa/Acervo JC Imagem) Sonho: Idealizado desde 2013 e lançado em abril do ano passado, o Parque Capibaribe é um grande projeto de requalificação urbana no entorno do Rio Capibaribe, que teria 30 quilômetros de extensão e cortaria 21 bairros, da Várzea até a Boa Vista.
Devem ser construídas 12 passarelas ligando as duas margens do rio.
Mirantes serão instalados para dar acesso ao curso d’água.
Alamedas e ruas-parque devem ser dispostas nos dois lados das margens, que ganhariam novos equipamentos culturais.
Fruto de uma parceria entre a Prefeitura do Recife e a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Realidade: O primeiro trecho, que vai do Parque de Santana à Ponte da Torre, deve ser lançado nas próximas semanas pela Prefeitura do Recife.
Ele é considerado o mais simples de todo o trajeto.
Quando apresentou o projeto, em 2014, o prefeito Geraldo Julio (PSB) reconheceu que dificilmente terá dinheiro para tirá-lo do papel ainda na sua administração. “É um trecho muito grande.
Vai envolver muitos recursos”, justificou.
Revitalização Rua da Aurora Sonho e realidade do projeto de revitalização da Rua da Aurora (Montagem: Bruno de Carvalho/Imagem meramente ilustrativa/ Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem) Sonho: Desde 2013, a Prefeitura do Recife tem elaborado um grande projeto de revitalização da Rua da Aurora, para o trecho de 1,2 quilômetro que fica entre as pontes Princesa Isabel e do Limoeiro.
A ideia é que sejam instalados quiosques, bancas de revista e equipamentos públicos de lazer e esporte.
Também são cogitadas a colocação de decks com pedalinhos e a implantação de uma roda gigante à beira do rio.
Realidade: De acordo com a Empresa de Urbanização do Recife (URB), o projeto da Rua da Aurora está sendo discutido dentro da prefeitura e deve ser concluído no segundo semestre deste ano.
A proposta tem passado por reformulações para se adequar a demandas da população.
Após uma campanha dos moradores, a Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb) anunciou um edital para obras de manutenção no local.
As obras para troca do gradil, iluminação e calçamento devem começar em abril e durar seis meses.
O investimento foi calculado em R$ 1,5 milhão.
Boulevard da Avenida Rio Branco Sonho e realidade do projeto do boulevard da Avenida Rio Branco (Montagem: Divulgação/Prefeitura do Recife/Foto: Michele Souza/Acervo JC Imagem) Sonho: Foi anunciado em fevereiro de 2014 pela Prefeitura do Recife o Boulevard da Rio Branco, projeto que transformaria a Avenida Rio Branco, no Centro do Recife, em uma alameda de lazer.
Para isso, o tráfego de veículos seria proibido na via.
O asfalto daria lugar ao granito de cor cinza claro, mesmo revestimento do Marco Zero, com um trecho do poema “O cão sem plumas”, de João Cabral de Melo Neto.
O projeto incluiria o nivelamento do piso à altura das calçadas, instalação de iluminação do tipo LED, embutimento da via elétrica e restauração das calçadas.
Além disso, seriam instalados oito quiosques padronizados, mas os comerciantes da área seriam mantidos.
O projeto é coordenado pela Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Urbano.
Realidade: O tráfego de veículos na via, de fato, foi proibido.
Mas, até agora, nenhum sinal do novo revestimento ou do poema de João Cabral.
Os oito quiosques padronizados também ainda não foram implantados.
De acordo com a Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Urbano da Prefeitura do Recife, o edital para a contratação da empresa que vai executar as obras da Avenida será lançado até o fim desta semana no Diário Oficial do município.
A empresa vencedora deve ser conhecida em até 30 dias.
Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) da Avenida Norte Sonho e realidade do projeto de VLT na Avenida Norte (Montagem: Bruno de Carvalho/Imagem meramente ilustrativa/ Foto: Edmar Melo/JC Imagem) Sonho: Anunciado em uma visita da presidente Dilma Rousseff (PT) ao Porto de Suape, em 2013, o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) da Avenida Norte, na Zona Norte do Recife, faria parte de um pacote de obras para melhorar a mobilidade da Região Metropolitana do Recife (RMR).
Na ocasião, a presidente disse que o governo federal entraria com cerca de R$ 840 milhões e o restante do projeto seria financiado pela Prefeitura do Recife.
Também estaria no projeto do VLT a ligação do Centro do Recife ao bairro de Boa Viagem, na Zona Sul, e seis corredores de BRS.
Realidade: A assessoria do Ministério das Cidades, por meio de uma nota, informou que após o anúncio da obra, a prefeitura revisou o projeto e apresentou o mesmo trecho com a implantação de um metrô subterrâneo.
Desta forma, o custo subiu de R$ 1,6 bilhão para R$ 5,8 bilhões, com participação do Governo do Estado e iniciativa privada, no formato Parceria Público Privada (PPP).
A assessoria também explicou que, desta forma, o Ministério só entraria com 27% do valor total.
Sendo assim, o órgão solicitou Estudos de Viabilidade Técnica e Econômica.
Corredores de Bus Rapid Transit (BRT) Sonho e realidade do corredor de BRT da Avenida Conde da Boa Vista (Montagem: Bruno de Carvalho/Imagem meramente ilustrativa/Foto: Hélia Scheppa/Acervo JC Imagem) Sonho: Obras para a Copa do Mundo financiadas pelo Governo do Estado e pelo governo Federal, os corredores Norte-Sul e Leste-Oeste incluíam não apenas a implantação dos Bus Rapid Transit (BRT), como também a construção de estações climatizadas.
Com 12 quilômetros de extensão, o Leste-Oeste ligaria o Centro do Recife ao município de São Lourenço da Mata.
O trecho teria 26 estações e por ele passariam sete linhas de BRT, atendendo a 155 mil pessoas.
Já o Norte-Sul iria do Recife a Igarassu, com 33 quilômetros.
No projeto constam 28 estações, por onde passariam oito linhas de BRT.
O Norte-Sul deveria atender 180 mil pessoas.
Na Avenida Conde da Boa Vista, as promessas são ainda maiores: com a conclusão das estações, a prefeitura do Recife faria um projeto para requalificar a via, considerando a nova realidade dos BRTs.
Realidade: Apesar de ter sido projetado para operar na sua totalidade durante a Copa do Mundo, o sistema ainda não funciona 100%.
No corredor Norte-Sul, apenas 11 estações operam atualmente, com duas linhas de BRT.
Já o Leste-Oeste tem 13 estações e três linhas.
Ao invés de estar atendendo a 180 mil usuários de transporte público, 20 mil pessoas se beneficiam com o Norte-Sul.
Já no Leste-Oeste, apenas 37,5 mil, das 155 mil inicialmente anunciadas.
De acordo com a assessoria do Grande Recife Consórcio de Transporte, as linhas restantes começarão a operar quando as obras nas estações forem concluídas.
O valor inicial para o corredor Norte-Sul foi de R$ 150 milhões, enquanto que para o Leste-Oeste, R$ 145 milhões.
Teleférico nos Morros Sonho e Realidade do projeto Teleférico nos Morros (Montagem: Bruno de Carvalho/Imagem meramente ilustrativa/ Foto: Felipe Ribeiro/Acervo JC Imagem) Sonho: Durante uma entrevista para a Rádio Jornal, em 2008, o ex-prefeito do Recife, João da Costa (PT), revelou que estaria fazendo um estudo para implantar teleféricos nos morros da cidade, com o objetivo de diminuir os grandes engarrafamentos.
Ele afirmou que a prefeitura colocaria bondes e as pessoas que descessem de coletivos na Avenida Norte poderiam pegá-los para subir os altos. “No Morro da Conceição, por exemplo, as pessoas usariam o sistema para se deslocar até as estações que ficariam na parte baixa do bairro”, explicou.
Realidade: Segundo a assessoria de comunicação da Prefeitura do Recife, o projeto dos teleféricos nos morros da cidade foi arquivado após a mudança da gestão.
Navegabilidade do Rio Capibaribe Sonho e realidade do projeto de Navegabilidade do Rio Capibaribe (Imagem: Divulgação/Governo do Estado/Foto: Rodrigo Carvalho/JC Imagem) Sonho: Cerca de 300 mil passageiros por mês poderiam se deslocar pelo Recife de barco, através do Rio Capibaribe.
Seriam sete estações: cinco na rota oeste e duas na rota norte.
A primeira, de 11 quilômetros, iria da BR-101 até o Centro do Recife.
A segunda, de 2,5 quilômetros, seguiria da Rua do Sol até as proximidades do Shopping Tacaruna.
Os trajetos seriam feitos por 13 barcos.
Todo o percurso seria dragado.
O projeto é do Governo de Pernambuco, com dinheiro da Caixa Econômica Federal.
As estações e a sinalização estão orçadas em R$ 95 milhões e a dragagem em R$ 102 milhões.
Realidade: De acordo com a Secretaria Estadual das Cidades, a Caixa devolveu a análise do projeto das estações no final de janeiro.
A expectativa é que o projeto, que estava praticamente paralisado, fosse retomado em um período de 60 dias desde então.
Inicialmente, ele estaria concluído até o final deste ano.
As estações serão inauguradas por etapa.
A empresa que vai operar as linhas ainda não foi licitada.
A dragagem também precisa ser concluída.
O governo garante, porém, que não será preciso refazê-la.
Via Mangue Sonho e realidade do projeto da Via Mangue (Imagem: Divulgação/Prefeitura do Recife/Foto: Ricardo B.
Labastier/JC Imagem) Sonho: Projetada há anos, a Via Mangue buscava ser uma alternativa para resolver os problemas viários da Zona Sul recifense.
O projeto inclui duas pistas de quase 5 quilômetros, uma ponte estaiada e ciclovia nas margens.
Em maio de 2014, o prefeito Geraldo Julio (PSB) disse que a Prefeitura do Recife vai concluir o túnel Josué de Castro para que ele passe por baixo da Avenida Engenheiro Antônio de Góes e alargar a Ponte do Cabanga para resolver os problemas de fluxo no sentido Boa Viagem/Centro.
Realidade: Em clima de campanha, a pista oeste da Via Mangue, que faz o sentido Centro/Boa Viagem, foi entregue em maio do ano passado com a presença da presidente Dilma Rousseff (PT).
O primeiro trecho da outra pista devia ser inaugurada no dia 1º de setembro, o que não ocorreu.
Segundo a Prefeitura do Recife, a obra será concluída em 180 dias depois que dois contratos que somam R$ 212,3 milhões sejam liberados pelo governo federal.
A via, que ficou sem iluminação e já foi alvo de boatos de arrastão, atende hoje 40 mil carros por dia.
As obras no túnel e na ponte não têm previsão para serem feitas.