As mesmas informações já haviam sido publicadas no site do jornal carioca O Globo.
Segundo o veículo, o socialista teria recebido R$ 20 milhões para a campanha à reeleição do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, morto em agosto do ano passado.
O dinheiro seria proveniente do esquema de corrupção da Petrobras, investigado na Operação Lava Jato.
A assessoria do senador pernambucano Fernando Bezerra Coelho (PSB) já havia emitido nota desmentindo tudo na noite desta segunda-feira (9) Tal acusação teria sido feita na quinta sessão de depoimentos de delação premiada que Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, prestou no decorrer das investigações da Lava Jato.
Sobre isso, a nota do senador desmente as informações e diz que Fernando Bezerra não atuou na coordenação de campanha do ex-governador, além de não conhecer e não manter contatos com o doleiro Alberto Youssef, também envolvido no escândalo do Petrolão.
No começo da semana, Fernando Bezerra legitimava sua defesa lembrando que seu nome não foi incluído na lista de investigados na operação, liberada na noite de sexta-feira (6) pelo gabinete do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki.
O nome de cinco pernambucanos integra a lista, entre eles outro senador: Humberto Costa, do PT.
Veja abaixo a reportagem do Estadão Procuradoria pede abertura de inquérito contra ex-ministro de Dilma na Lava Jato A Procuradoria-Geral da República (PGR) protocolou nesta quinta-feira, 12, um inquérito contra o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) para apurar suposto envolvimento do esquema de corrupção da Petrobrás.
O senador é citado nos depoimentos dos delatores da Operação Lava Jato, o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa.
Nos depoimentos, o nome de Bezerra aparece como representante do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos.
Bezerra foi ministro da Integração Nacional no início do primeiro governo Dilma, permanecendo no cargo até o final de 2013.
Com o pedido, sobe para 50 o número de investigados no STF por suposto envolvimento no esquema de corrupção da Petrobrás.
Segundo a PGR, o material não foi enviado junto aos demais, no dia 3 de março, ao ministro Teori Zavascki por um “erro processual”.
Os procuradores perceberam que faltava um pedido na última conferência do material antes do envio ao relator do Supremo e decidiram não atrasar os demais pela falta de apenas um.
Em depoimento prestado à Polícia Federal, Costa disse ter sido procurado por Bezerra em 2010 para o recebimento de propina no valor de R$ 20 milhões, que seria destinado à campanha de Campos à reeleição do governo de Pernambuco. À época, Bezerra era secretário de Desenvolvimento de Pernambuco e dirigente do Porto de Suape, complexo industrial onde está instalada a Refinaria de Abreu e Lima.
Campos morreu em acidente aéreo em agosto do ano passado em meio à campanha pela presidência da República.
Costa relata que tomou conhecimento da solicitação de recursos por Youssef.
O ex-diretor não soube detalhar de que forma o montante teria sido pago a Bezerra, mas indica que essa contribuição deveria ser feita por meio de recursos do consórcio Ipojuca Interligações, formado pelas empresas IESA e Queiroz Galvão, que atuava na obra de Abreu e Lima.
Já Youssef relata que negociava uma comissão inicial de R$ 45 milhões referentes às obras de Abreu e Lima.
O doleiro explica que o valor foi reduzido para R$ 20 milhões porque parte dos recursos anteriores havia sido encaminhada ao governo pernambucano para “resolver alguns problemas” que poderiam prejudicar a obra e os repasses a um outro consórcio, chamado Conest (formado pela Odebrecht e OAS) para construção da refinaria.
Nas palavras de Costa, Bezerra “iria resolver o assunto” e, segundo Youssef o então secretário teria recebido o dinheiro para acabar com as divergências.
Costa relatou ainda ter tratado do assunto diretamente com Campos.