Foto: Lucio Bernardo Jr/Agência Câmara Em depoimento na CPI da Petrobras na manhã desta quinta-feira (12), o presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), classificou como uma piada o pedido de investigação contra ele por envolvimento na Lava Jato e diz que o procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, fez uma escolha política sobre quem investigar. “Colocar de uma forma irresponsável e leviana, por uma escolha política, a colocação de alguém para investigar é criar um constrangimento para transferir a crise do lado da rua para cá.
E nós não vamos aceitar”, afirmou Cunha, em referência ao Palácio do Planalto e o Congresso Nacional, sugerindo uma possível blindagem à presidente Dilma Rousseff (PT). “Isso é uma piada.
Isso é realmente uma piada”, disse Cunha. “O Ministério Público escolheu quem investigar.
Não investigou todos, não teve critério único e, por motivações de natureza política, escolheu os alvos da investigação”, atacou o presidente da Câmara.
O peemedebista buscou, em seu depoimento, rebater os indícios apresentados por Janot que o levou a pedir a abertura de investigação.
Dentre as acusações, o policial Jayme Oliveira, conhecido como “Careca”, disse ter levado dinheiro, a pedido de Youssef, para Cunha em uma casa no Rio de Janeiro que não pertence ao parlamentar.
Foto: Lucio Bernardo Jr/Agência Câmara O próprio policial disse, depois, não ter como saber se aquela era realmente a casa do deputado. “Por que que ele não chamou o policial para ouvir o policial e esclarecer?
Por que que ele fez essa omissão?”, questiona.
Em sua delação premiada, Alberto Youssef também disse queCunha teria recebido R$ 6 milhões do executivo Julio Camargo por contratos fechados na Diretoria Internacional da Petrobras para a venda de navios-sonda para a estatal.
Os pagamentos teriam sido feitos através do lobista Fernando Soares, o “Baiano”, que seria o interlocutor do deputado e do PMDB junto à Petrobras. “O PMDB nunca teve operador.
O senhor Fernando Soares nunca foi operador do PMDB”, pregou Cunha na CPI.
Youssef alegou que o pagamento ocorreu depois que Cunha teria articulado para que dois aliados (Solange Amaral e Sérgio Britto) entrassem com um pedido de informações sobre a negociação para pressionar o empresário.
O presidente da Câmara disse que não é dono do PMDB, que cada deputado é responsável por seu mandato e questionou que não houve pedido de investigação sobre eles.
Rodrigo Janot também questiona as vultosas doações de campanha de empreiteiras envolvias na Lava Jato para a campanha do peemedebista, como uma doação de R$ 500 mil da construtora Camargo Corrêa.
Cunha reagiu lembrando que as doações registradas são legais. “É tão pífia a forma de colocação da petição, que a gente não tem a menor dúvida [da minha inocência]”, cravou Eduardo Cunha.