Foto: reprodução da Internet ATUALIZADA ÀS 10H Dependendo do conteúdo, o depoimento do ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, nesta terça-feira (10), pode fazer com que a CPI da Câmara que investiga desvio de dinheiro na estatal se volte para investigar também a gestão da companhia durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

Barusco já disse que recebia propinas de empresas desde 1997. “O depoimento dele talvez seja primordial para saber se a CPI deve retroagir a investigação ou não”, explica o deputado federal Kaio Maniçoba (PHS-PE), que é vice-presidente da Comissão Parlamentar.

As investigações anteriores feitas pelo Congresso focavam no período a partir de 2005.

LEIA TAMBÉM: » Defesa de Pedro Barusco pede sessão secreta para depoimento à CPI da Petrobras » CPI da Petrobras começa com gritaria e tumulto » Deputado de primeira viagem é o único pernambucano na CPI da Petrobras “A gente acredita que ele é um elo principal.

Ele começou essa história, vinda de outras gestões.

Essa história é antiga e vem mudando as peças. [Alberto] Youssef e outros são mais novos, de uns tempos para cá.

E o Barusco é de quando começou”, diz. “A gente espera que ele possa esclarecer quem vem recebendo desde o começo, quando começou, em que gestão começou e a partir de quem”, afirma ainda o deputado, que defende que a apuração deve ser independente de tempo.

Nessa segunda (9), a defesa de Barusco pediu que a sessão para o depoimento do ex-gerente seja secreta.

O presidente da CPI, Hugo Motta (PMDB-PB), conseguiu negociar, porém, que o depoimento fosse aberto.

Pedro Barusco alega que o PT recebeu US$ 200 milhões em propina ao longo de dez anos.

LEIA TAMBÉM: » Depoimento de Barusco na CPI da Petrobras vai ser aberto » Presidente da Câmara será ouvido pela CPI da Petrobras nesta quinta No mês passado, depois que os depoimentos de Barusco vieram a público, a presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou que se a Petrobras tivesse sido investigada no governo FHC, a corrupção não teria chegado onde chegou.

Em reação, Fernando Henrique disse que Dilma age como quem “bate” carteira e grita “pega ladrão”, lembrando que ela comanda o setor de petróleo desde que era ministra das Minas e Energia, no início do governo Lula (PT).

LEIA TAMBÉM: » Petrobras devia ter sido investigada no governo FHC, diz Dilma » FHC diz que Dilma age como quem “bate” carteira e grita “pega ladrão” Na semana passada, a primeira reunião da CPI foi marcada por gritarias e tumultos após um bate-boca em que o deputado Edmilson Rodrigues (PSOL-PR) chamou Motta de “moleque”. “Da terra em que eu venho, ninguém me grita!”, reagiu o peemedebista.