O ministro da Casa Civil, Aloízio Mercadante, saiu em defesa de Dilma Rousseff nesta segunda-feira (9) e rebateu a manifestação que ela sofreu na noite deste domingo (8) durante pronunciamento na TV e no rádio. “O Brasil tem dois turnos.
Não pode haver terceiro turno.
O que preocupa é que tivemos uma eleição bastante polarizada, que teve momentos de radicalização, e precisamos construir uma cultura de tolerância, de diálogo, de respeito. É isso que ajuda a construir uma agenda de convergência que é fundamental para o país superar as dificuldades conjunturais o mais rápido possível”, disse Mercadante em entrevista coletiva convocada pela Presidência.
Durante o pronunciamento, houve buzinaço, panelaço e vaias em ao menos 12 capitais: São Paulo, Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Vitória, Curitiba, Porto Alegre, Goiânia, Belém, Recife, Maceió e Fortaleza.
Nas janelas dos prédios, moradores batiam panelas e xingavam a presidente, enquanto piscavam as luzes dos apartamentos.
O ministro disse que os protestos são direito de qualquer cidadão, mas ponderou que manifestantes têm que respeitar a presidente.
Ele repetiu o argumento do PT ao dizer que o panelaço ocorreu em cidades e bairros em que Dilma foi derrotada nas eleições.
O partido avalia que as manifestações “foram orquestradas para impedir o alcance da mensagem, mas fracassaram em seus objetivos”.
Dirigentes petistas, no entanto, temem que o ato contra o governo marcado para o dia 15 de março repita as manifestações de junho de 2013.
Antes da entrevista, Mercadante se reuniu com a presidente e os ministros do núcleo duro político.
O vice-presidente, Michel Temer -que tem reclamado de ser escanteado das principais decisões do governo- também foi chamado.
O ministro afirmou que a sugestão de ter reuniões semanais de coordenação política e institucional ajudará na articulação e nas relações com o Congresso. “A sugestão é de a gente ter reunião semanal com uma coordenação política e institucional da qual farão parte o vice-presidente e ministros, inclusive de outros partidos, com assento a essa coordenação.
E sempre que a matéria exigir, o ministro da pasta estará presente.
Acho que isso ajuda nas articulações intra-governo e nas relações com o Congresso, que fortalece a ideia de um governo de coalizão.” A fala pública de Mercadante faz parte de uma estratégia do governo para melhorar a sua comunicação com a população.
Dilma reuniu todos os seus ministros e pediu para que eles travassem a “batalha da comunicação” como uma forma de defender o governo dos recentes ataques.
Na Folhapress