Por Aécio Neves - Presidente nacional do PSDB Novamente a presidente Dilma Rousseff falta com a verdade ao se dirigir aos brasileiros.
Inventa bodes expiatórios, terceiriza responsabilidades que são exclusivamente do governo dela e fornece um enredo irreal à população.
O pronunciamento desta noite deveria servir para que a presidente, finalmente, assumisse suas responsabilidades em relação às políticas fracassadas que levaram o país à situação atual, com recessão econômica, corte de empregos, disparada da inflação e uma profunda incapacidade manifestada pelo Estado para fazer frente à crise.
Isto no campo econômico.
No campo ético, o que assistimos é a revelação de um monstruoso esquema criminoso montado a partir da Petrobras.
A presidente pede a união dos brasileiros.
Mas apenas quem é capaz de admitir seus erros, buscar o diálogo e respeitar as diferenças, é capaz de apontar novos caminhos e liderar um consenso.
Não é o caso da presidente, como se ainda houvesse dúvida, o pronunciamento desta noite demonstrou.
Nem uma autocrítica, nem um pedido de desculpas.
Os brasileiros percebem, mais uma vez, o abismo que separa a realidade pintada no pronunciamento oficial e aquela vivida nas ruas e cidades do nosso país.
A verdade é que o país enfrenta um arrocho recessivo que penaliza trabalhadores, corta direitos sociais, congela investimentos públicos, paralisa o setor privado e expõe milhões de brasileiros ao desemprego e ao desalento.
Ao contrário do que foi dito, os sacrifícios que a presidente da República diz querer dividir entre os brasileiros penalizam mais os mais fracos e mais pobres.
Mas a presidente tem razão num ponto: os brasileiros estão irritados e preocupados.
E sabem bem com o quê e com quem.
Democratas O líder do Democratas na Câmara dos Deputados, Mendonça Filho (PE), também fez duras críticas ao pronunciamento da presidente Dilma Rousseff na noite deste domingo. “No tom e na forma, mais parecia um capítulo do programa da Dilma candidata.
Frustrou o Brasil ao não fazer o mea culpa dos erros cometidos e não teve a coragem de anunciar as ações que o governo vai ter que tomar para vencer as mazelas decorrentes da herança que ela deixou para si própria.
Preferiu o velho escapismo da inexistente crise internacional.
Sobre Petrobras, uma linha.
Só”.