Por Paulo Veras, repórter do Blog de Jamildo.

Minoria no Legislativo, as mulheres também têm pouca presença no Executivo e no Judiciário em Pernambuco.

O Estado nunca teve uma governadora ou senadora.

Dos 184 municípios pernambucanos, apenas 18 são governados por prefeitas, de acordo com a dados da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe).

Débora Luzinete (PSB) foi a primeira mulher a chefiar a Prefeitura de São Bento do Una, no Agreste Central, em 154 anos de história do município.

Apesar de ser filha de político, ela conta que enfrentou resistência quando decidiu disputar o mandato.

LEIA TAMBÉM: » Em décadas de história, Pernambuco elegeu apenas 3 deputadas federais “Durante a campanha, eu senti por parte de algumas pessoas, que ainda tinham um preconceito.

E hoje ainda têm.

Por ser uma prefeita, uma mulher”, conta.

Ela acredita, porém, que as mulheres tendem a que as mulheres vão ganhar mais espaço na política e lembra que elas costumam ter mais cuidado com a família, com a sociedade e com a cidade.

A secretária da Mulher de Pernambuco, Silvia Cordeiro.

Foto: JC Imagem Se poucas gestoras comandam administrações públicas, no primeiro escalão do governo, o número de mulheres também é reduzido.

No Governo de Pernambuco, existes apenas duas secretárias: Silvia Cordeiro (Mulher) e Lúcia Melo (Ciência e Tecnologia).

Ao todo, o governador Paulo Câmara tem 27 secretários.

Já na Prefeitura do Recife, o número de secretárias é um pouco maior.

São Leda Alves (Cultura), Ana Rita Suassuna (Direitos Humanos), Cida Pedrosa (Meio Ambiente), Aline Mariano (Combate ao Crack), Elizabete Godinho (Mulher) e Roseana Faneco (Desenvolvimento Econômico).

São seis, em 26 pastas.

Para Silvia Cordeiro, a sociedade ainda não compreende que as mulheres estão subrepresentadas no poder. “A gente tem aquela ilusão de que estamos em todos os lugares e não estamos.

Há pouco espaço.

Nós deveríamos estar mais presentes”, diz.

Ela também lamenta que, na maioria dos casos, as mulheres sejam indicadas para atuar na área social. “No núcleo duro do poder, que é a economia e a política, nós estamos chegando muito timidamente ainda”, explica.

A desembargadora Daisy Maria de Andrade Costa Pereira.

Foto: JC Imagem No Judiciário, o cenário não é diferente.

No Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) apenas uma dos 49 desembargadores é mulher: Daisy Maria de Andrade Costa Pereira. “Esse detalhe aumenta muito a minha responsabilidade para representar a mulher da menor maneira possível”, diz a magistrada.

Durante a tragetória construída desde que ingressou no Ministério Público em 1986, a desembargadora diz que nunca se sentiu descriminada em função do gênero e diz que procurou não pautar a sua carreira por esse tema. “Não era o fato de ser mulher que deveria me tornar diferente”, explica.

Daisy reconhece que o ingresso da mulher na magistratura pernambucana só começou nos anos 90, mas diz que a tendência é equilibrar de forma paritária.

Hoje, pernambuco tem 175 juízas e 281 juízes. “Elas chegarão nos níveis mais altos.

Em 2017, já devemos ter mais mulheres nesses postos”, prevê.