Foto: Agência Brasil O ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, morto em agosto do ano passado em plena campanha presidencial, pode ter recebido R$ 10 milhões do esquema de desvio de dinheiro na Refinaria Abreu e Lima (Rnest), da Petrobras, segundo informa reportagem da Folha de S.

Paulo desta terça-feira (3).

De acordo com o jornal paulista, o doleiro Alberto Youssef teria dito que passou esse valor para que o ex-governador não criasse dificuldades nas obras da refinaria.

O dinheiro que teria sido pago a Eduardo Campos entre 2010 e 2011 seria parte de uma propina de R$ 30 milhões que a Odebrecht teria pago ao ex-governador, ao ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e ao PP.

O valor teria partido de um consórcio da empreiteira com a OAS que ficou responsável pela instalação de unidades de processamento da Rnest.

Segundo a família Campos, o PSB nacional deve sair em defesa do ex-governador ainda nesta terça.

LEIA TAMBÉM: » Lista de nome delatados por ex-diretor da Petrobras inclui presidente da Câmara, Senado e até Eduardo Campos » Em nota, Paulo Câmara chama de “sordidez” a inclusão do nome de Eduardo no caso da Petrobras » Em nota, PSB denuncia “Esquema perverso para desgastar a imagem de Eduardo Campos” » Presidente do PSB em Pernambuco sai em defesa de Eduardo Campos e fala em indignação Em setembro do ano passado, a revista Veja incluiu o nome de Eduardo Campos na lista dos denunciados por Alberto Youssef.

A acusação foi rechaçada pelo PSB, pela família Campos e pelo então candidato Paulo Câmara (PSB).

Um mês depois, o colunista Cládio Humberto disse que, em delação, Paulo Roberto Costa teria acusado o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) de receber dinheiro para a campanha pela reeleição de Campos em 2010.

Ele também negou a acusação.

LEIA TAMBÉM: » FBC teria sido citado em delação de Paulo Roberto Costa, diz colunista » FBC nega ter pedido dinheiro a doleiro para campanha de Eduardo e diz que tentam manchar imagem de Campos EDUARDO DA FONTE E SÉRGIO GUERRA - A reportagem da Folha diz ainda que o doleiro teria denunciado o pagamento de propina desviada da Refinaria Abreu e Lima para três outros políticos: o deputado federal Eduardo da Fonte (PP-PE) e o senador Ciro Nogueira (PP-PI), além do ex-deputado tucano Sérgio Guerra (PE).

Sérgio Guerra, que faleceu em março do ano passado, teria ganho R$ 10 milhões para impedir a criação de uma CPI da Petobras, segundo essa versão.

O PSDB e Eduardo da Fonte também negam as acusações.

Nesse caso, o total da propina não teria sido detalhado.

O dinheiro teria partido da construtora Queiroz Galvão, que faz a instalação de tubovias na Rnest e teria sido repassado entre os anos de 2010 e 2011.

Com custo estimado em US$ 18,5 bilhões, a Refinaria Abreu e Lima é a obra mais cara em curso no Brasil.

Prevista para ser totalmente entregue em maio deste ano, a Rnest teve as obras para conclusão do segundo trem de refino paralisadas pela crise ocorrida na Petrobras com as denúncias da Lava Jato.