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Do Jornal do Commercio deste domingo (1º) Por Carolina Albuquerque e Maria Regina Jardim A reforma política chega, mais uma vez, com “pompa” na pauta da Câmara Federal.

Uma comissão especial recém instalada promete dar “celeridade” ao tema já neste primeiro semestre e apresentar uma proposta já para maio deste ano.

A “urgência” e a “necessidade” de um novo sistema eleitoral e político são palavras presentes no discurso de qualquer deputado.

Todos parecem concordar.

O desafio que se impõe, novamente, é que o tema deixe a retórica.

Para que a matéria seja aprovada, é preciso que o total de votos seja maior do que a metade dos votos possíveis. “Embora todos reconheçam que esse sistema é desastroso, eles se elegeram por ele.

Então são vitoriosos por ele.

E qualquer outro traz uma insegurança, instabilidade e dúvida do sucesso eleitoral”, reconheceu o relator, deputado Marcelo Castro (PMDB-PI).

Agora, os 34 titulares da comissão especial se debruçam sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 352/2013, texto produzido por um Grupo de Trabalho coordenado pelo deputado Cândido Vaccarezza (PT).

A matéria sugere o financiamento público e privado e o voto distrital, no qual os mais votados de cada microrregião são eleitos. “Ela pode ser integralmente modificada, através de emendas, a depender do debate que vamos conduzir”, explicou o deputado federal pelo PSB, Tadeu Alencar, terceiro vice-presidente.

Castro amarrou um plano de trabalho que otimize o tempo, a fim de que o assunto não se perca. “São muitos interesses envolvidos.

Reforma política só se faz no primeiro ano da legislatura, se não esqueça”, avaliou o deputado.

Existe uma infinidade de entendimentos sobre sistemas político-eleitorais e a forma de financiamento. “Estou pregando que em algum momento os grandes partidos e as lideranças nacionais, reconheçam que não dá para dizer que não é o entendimento de A, B ou C que vai passar.

Precisamos achar um denominador comum para contemplar parcialmente a todos”, disse o relator.

Os dois pontos mais polêmicos são o financiamento de campanha e o sistema eleitoral.

Sobre o primeiro, as teses mais debatidas são aquelas que excluem as “doações” de empresas ou propõe o sistema misto, admitindo o público e o privado.

Quanto ao eleitoral, os principais formatos são o “distrital misto”, que envolve o sistema proporcional com o distrital; o “distritão”, no qual os mais votados das microrregiões são eleitos; e o “distrital”, já previsto pela PEC.

Boa parte vê com simpatia o fim das coligações proporcionais, a coincidência de todas eleições, o fim da reeleição com um mandato maior que os atuais quatro anos para o Executivo.

Esses pontos mais “consensuais”, diz o relator, vão logo para a ordem do dia.