Do Jornal do Commercio deste sábado (28) Por Claudia Parente, repórter do JC O governo do Estado pretende captar recursos da iniciativa privada para agilizar a reforma do Parque Dois Irmãos, onde fica o zoológico.
O anúncio foi feito ontem pelo secretário estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Sérgio Xavier, durante a 43ª reunião do Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema).
O governo desistiu, pelo menos por enquanto, de transferir a gestão do parque para uma organização social (OS). “Havia muita incompreensão da sociedade civil sobre a proposta da OS”, disse o secretário, explicando o motivo do adiamento. “Esse momento em que obras complexas são necessárias não é ideal para fazer a transferência.
Concluímos que seria melhor o governo assumir o risco.” Mas a possibilidade não está descartada. “Se surgirem propostas mais adequadas, mudamos o plano inicial.
Senão, seguiremos o que ocorre mundo a fora.
Todos os grandes zoos são geridos por fundações e organizações não governamentais com auxílio do Estado”, afirma.
A reforma do horto, segundo o secretário, já começou com a recuperação do serpentário.
O espaço é muito pequeno para o tamanho dos répteis e os vidros embaçados pela sujeira prejudicam a apreciação dos animais. “Os projetos executivos de todos os recintos estão sendo feitos.
Quando terminar essa etapa, vamos convidar empresas para construí-los”, garante Sérgio Xavier.
A contrapartida seria em publicidade permanente. “Eles vão gastar menos do que gastariam com propaganda na mídia”, acredita.
Um dos motivos do atraso da reforma – anunciada em maio de 2013 para começar no mesmo ano – segundo o secretário, foi a dificuldade de contratar empresa. “Tentamos fazer licitação três vezes, mas não apareceram interessados”, afirmou Sérgio Xavier, revelando que também faltou caixa.
Em dezembro, o Ministério Público ajuizou uma ação na 3ª Vara da Fazenda Pública para obrigar o governo a iniciar a reforma e implementar um plano de segurança.
O secretário Sérgio Xavier garante que não há discordância entre o MPPE e o governo do Estado. “As intervenções sugeridas pelo Ministério Público são as que nós estamos fazendo, como a instalação de câmeras e a captação de recursos da iniciativa privada para diminuir os gastos do Estado e fugir da burocracia pública.” O secretário reconhece que há um clamor pelo início das obras, mas argumenta que não pode queimar etapas. “Quem tiver ideia que agilize o processo nos diga, porque a gente tem que seguir a lei.
Não tenho como contratar obra sem licitação e garantir recursos sem discutir prioridades com o governador”, alega.
A obra do parque está orçada em R$ 40 milhões, mas o governo só dispõe de R$ 8 milhões.
O restante terá que vir da iniciativa privada ou de compensação ambiental.
Como esses recursos só podem ser aplicados em unidades de conservação, só poderiam ser usados para pesquisa com animais ou na reforma do Chalé do Prata, imóvel histórico localizado na UC Parque Dois Irmãos.