Apesar da queda na atividade econômica no Brasil, o desemprego era um ponto fora da curva e estava em nível baixo, até agora.

Mas, dados divulgados pelo IBGE, nesta quinta-feira (27), indicam que o comportamento pode estar no fim.

A taxa de desemprego deu um salto considerável de 4,3% em dezembro para 5,3% em janeiro deste ano.

No mesmo mês de 2014, o resultado havia sido de 4,8%.

Com a maior busca por trabalho e sem vagas para todos, a população desocupada (estimada em 1,3 milhão nas seis maiores metrópoles) cresceu 22,5% ante dezembro.

Já o total de ocupados (23 milhões) caiu 0,9% ante dezembro.

A parcela empregada da população das principais regiões metropolitanas do país caiu ao menor patamar após 2010, no governo Dilma.

Das pessoas com idade acima de dez anos, 52,8% estavam empregadas (veja quadro).

Embora acima das expectativas do mercado, o ajuste não é surpresa para economistas e empresários, que já antecipavam esse movimento havia meses.

A fraca geração de vagas no mercado de trabalho formal em 2014 prenunciava essa tendência.

Mesmo com o crescimento econômico fraco nos últimos anos, a parcela de brasileiros desocupados se mantinha em nível historicamente baixo.

A forte expansão da economia em meados da década passada levou a uma grande absorção pelo mercado de trabalho tanto dos profissionais mais qualificados quanto dos menos educados.

O aquecimento trouxe aumento de salários em ritmo bem mais forte do que a expansão da eficiência da economia, o que pressionou os custos das empresas.

No entanto, como os custos para demitir e contratar funcionários no Brasil são muito altos, empresários preferiram segurar seus empregados, mesmo com a desaceleração de anos recentes.

A aposta parecia ser que a perda de fôlego da economia poderia ser passageira.