Além de ter a participação de deputados que receberam doações de empresas investigadas no esquema de corrupção na Petrobras, a CPI que apura irregularidades na estatal possui integrantes que respondem a ação penal ou inquérito no STF (Supremo Tribunal Federal).

Um dos casos mais comuns pelo qual esses parlamentares são investigados é por crime na lei das licitações, que é justamente um dos focos da Operação Lava Jato da Polícia Federal: empresas formaram um cartel para burlar as licitações da Petrobras e ganhar contratos mediante pagamento de propinas.

A CPI, instalada na quinta (26), tem 27 titulares e 27 suplentes.

Dos titulares, dois são alvo de inquérito e um responde a ações.

Silas Câmara (PSD-AM) é acusado de crime contra a administração pública e falsificação de documento público em dois processos.

Em um deles, o ministro Dias Toffoli aponta que há provas de que periodicamente assessores parlamentares depositavam seus salários nas contas do deputado.

A Folha não conseguiu localizar o deputado.

Os outros que são alvo de inquéritos são André Moura (PSC-SE) e Édio Lopes (PMDB-RR).

No caso do inquérito contra Édio, já houve decisão determinando abertura de processo.

Eles não foram localizados para comentar.

Já entre os suplentes, três respondem a inquéritos, dois respondem tanto a ação e inquérito e um último é alvo apenas de ação.

Um deles é João Sandes Júnior (PP-GO), que é investigado por corrupção passiva em suas relações com o empresário Carlinhos Cachoeira.

Procurado, sua assessoria informou que ele não foi localizado para comentar.

Os outros são Aelton Freitas (PR-MG), Efraim Filho (DEM-PB), Izalci (PSDB-DF), Valtenir Pereira (PROS-MT) e Weverton Rocha (PDT-MA).

Izalci afirmou que foi acionado por um equívoco na prestação de contas e que já prestou esclarecimentos.

Efraim disse que a acusação não se sustenta porque a emenda parlamentar que teria sido alvo de irregularidades foi vetada, portanto, não foi executada.

Weverton afirmou que as dispensas de licitação questionadas nas ações foram justificadas e que elas se basearam em perseguição política.

Na Folha Press