Paulo Câmara em entrevista após diplomação.

Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem.

Por Fernando Castilho Na coluna JC Negócios, do Jornal do Commercio desta terça-feira (24).

Entre começar e concluir Depois de quase dois meses com um governo meia boca só administrando tranqueira, tem gente falando que o governador Paulo Câmara precisa sair da pequena área, cruzar o meio de campo e chutar o gol ad intermediária para diminuir a impressão de que está jogando para o empate.

Dito de outra forma: já tem secretário defendendo que o Estado comece a distribuir editais de construção das obras que fazem parte do programa de governo anunciados na campanha, de forma à sair da defensiva.

Edital não quer dizer ordem de serviço e ordem de serviço não garante empenho.

Mas anima a equipe, gera expectativa de contratação e faz empreiteiro organizar a equipe pensando na disputa.

O problema é que tem obra parada demais para entregar sem perspectiva de verba da União.

No caso de Pernambuco, podemos listar 12 escolas técnicas estaduais, oito UPAs, três presídios (menos Itaquitinga) e mais quatro terminais de ônibus da Região Metropolitana do Recife, com mais de 95% prontos.

Registre-se que, até agora, o governador trabalha com a ideia de terminar o que está quase pronto.

O problema é que Brasília não mandou nada, apesar das promessas e das viagens.

Está cada vez mais claro que ministro no segundo governo Dilma tem força para liberar convênio parado.

Daí a ideia de começar por editar na rua para criar fato n ovo ou melhor: criar a imagem de Paulo Câmara. É aí que mora o perigo.

Governo Paulo não sai do RO Na linguagem popular, RO quer dizer resto de ontem. É aquele prato que o sujeito prepara com o que sobrou na geladeira, joga dois ovos e faz um mexidinho, servindo bem quente.

Pois bem: até agora Paulo Câmara está vivendo de RO.

Inaugura uma escola aqui, um trecho de estrada ali, vai a tudo quanto é solenidade de homenagem, já que não pode fazer muita coisa de prática no Diário Oficial.

Ou seja: não ordena nem remaneja despesa.

E é isso que incomoda os secretários, que sonhavam com alguma sonelidade de obra nova na sua pasta, como fez Eduardo Campos nos primeiros dois meses.