Reservatório de Botafogo com 16% da capacidade.
Foto: divulgação/Compesa Em entrevista à Rádio Jornal na manhã desta terça-feira (24), o presidente da Compesa (Companhia Pernambucana de Saneamento), Roberto Tavares, afirmou que a possibilidade de aumentar o racionamento de água na Região Metropolitana do Recife (RMR) não pode ser descartada, apesar de os reservatórios que abastecem o Grande Recife operarem dentro da normalidade. “Estamos tentando usar a flexibilidade operacional que nós temos para prolongar isso e ver se chega no regime de chuvas sem precisar”, disse Tavares. “Mas nós não vamos arriscar [deixar faltar água]”, completou.
A declaração ocorre dois dias depois que o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), revelou preocupação com o abastecimento de água na RMR.
Nas cidades da parte norte do Grande Recife, o racionamento foi aumentado depois que o Reservatório de Botafogo chegou a apenas 16% da capacidade.
Na semana passada, a Compesa anunciou que pode ser que usar o volume morto de Botafogo para continuar abastecendo as cidades de Olinda, Abreu e Lima, Igarassu e Paulista.
LEIA TAMBÉM: » Barragens no Sertão entram em colapso; reservatórios da RMR resistem à crise » Paulo Câmara revela preocupação com o abastecimento de água na Grande Recife » Compesa admite usar volume morto da barragem de Botafogo, que abastece a área norte da RMR “Apesar do conforto que temos hoje na Metropolitana Sul, a gente sabe que não aguenta um ano e meio ou dois anos e seca”, admite Roberto Tavares, que lembra o racionamento realizado em 2013 por causa da falta de água no Reservatório de Pirapama.
Nesta terça-feira (24), o presidente da Compesa vai se reunir com o governador Paulo Câmara para apresentar a situação de abastecimento de todas as regiões de Pernambuco.
Como mostrou o Blog de Jamildo, mais da metade dos reservatórios do Sertão e Agreste entraram em colapso.
O Governo do Estado trabalha agora com a possibilidade de acelerar obras de segurança hídrica, como as barragens do Engenho Pereira, em Moreno, e do Engenho Maranhão, em Ipojuca, e a transposição das águas do Rio Capibaribe para o Lago de Botafogo.
Além disso, técnicos da Compesa e do governo estarão reunidos nesta quarta (25) e quinta (26) com representantes do Ministério da Integração Nacional para tentar liberar recursos para agilizar a conclusão da Adutora do Agreste. “Nós precisamos que o governo federal acelere e pactue o volume de recursos que vai passar para a gente, para que a gente possa resolver essa obra em 12 meses”, afirma Tavaes.
Ele nega que a construção da Adutora esteja paralisada, mas reconhece que as obras estão num ritmo aquém do desejado.
Segundo o presidente da Compesa, R$ 350 milhões já foram investidos na Adutora do Agreste, mas outros R$ 770 milhões são necessários para concluí-la.
Além disso, a Companhia apresentou ao Ministério da Integração o projeto para construir uma nova adutora capaz de agilizar a captação de água da Transposição do Rio São Francisco, ainda em andamento, para abastecer a Adutora do Agreste.