Neste domingo (15), em meio à multidão que lotou a Praça 15, no centro do Rio, no bloco Cordão do Boitatá, alguns foliões chamaram atenção por usar fantasias como forma de protesto.

O engenheiro Roberto Prado, 57, juntou-se ao bloco fantasiado de Petrolão, para protestar contra o escândalo de corrupção na Petrobras. “É um protesto, sim, mas um protesto alegre, pois o Carnaval é um momento de irreverência”, disse Prado, trajando um macacão laranja, igual ao usado pelos petroleiros, com duas mãos sujas estampadas.

Prado também estava com o rosto e as mãos pintadas de preto e usava um salto plataforma.

Levando baldes na cabeça, dois casais amigos, um do Rio e outro de São Paulo, uniram-se para criar uma espécie de fantasia coletiva que batizaram de “Captação de água - Sistema Cantareira e Sistema Guandu”. “Vemos que as pessoas sempre saem com as mesmas fantasias e resolvemos fazer algo novo.

Pensamos o que tinha de assunto atual, e como somos de São Paulo e do Rio, logo veio a ideia de nos fantasiarmos de captadores de água”, disse o gerente financeiro paulistano Laerte Cressoni, 31, um dos integrantes do grupo.

Também chamava atenção no Boitatá a servidora pública federal Leila Nascimento, 46, que se fantasiou de Luma de Oliveira, ex-mulher do empresário Eike Batista.

A produção contava com jóias, que estavam com etiquetas escritas “penhorado”, em alusão à apreensão de bens do empresário e de sua ex-mulher, por decisão da Justiça.

Dentre os adereços, a foliã improvisou a coleira de ouro com o nome do empresário e a pulseira com um ovo Fabergé (jóia feita para czares russos no século 19). “Ex-marido é uma merda, mas vou confessar que eu adoro ele ainda. É tudo mentira que o Eike fez fortuna ilegalmente”, disse a servidora pública, em tom de brincadeira.

Na Folha Press