A PNAD Contínua do 4º trimestre, divulgada hoje pelo IBGE, é o primeiro indicador do instituto a mostrar arrefecimento na dinâmica do mercado de trabalho brasileiro no cenário recente.
Na comparação entre o 4º trimestre de 2014 e o mesmo período de 2013, são 400 mil desocupados a mais no país – um aumento de 6,2%.
O desemprego, antes em pisos históricos, dá sinais de elevação, em meio ao ritmo hesitante da atividade doméstica.
A Pesquisa Mensal de Emprego, também do IBGE, com foco em apenas seis regiões metropolitanas, apontara estabilidade nas últimas leituras, bem como a PNAD do 3º trimestre de 2014.
Até então, o comportamento morno da economia e a confiança em baixa contribuíam para a propensão, sobretudo dos jovens, em postergar a procura por emprego, assim como a rigidez da legislação postergou dispensas.
Agora, o levantamento, de cobertura nacional mais aprofundada em comparação à PME, mostra que o crescimento nulo da economia, as dificuldades estruturais, notadamente nas áreas de energia e água, e, principalmente, a retração da indústria, comprimem a oferta de empregos.
E esse desempenho do mercado de trabalho e da economia já influencia o comportamento do consumidor.
Levantamento mais recente da Fecomércio RJ/Ipsos revela seus efeitos sobre o consumo das famílias.
No mês de dezembro de 2014, 16,3% dos consumidores informaram que pretendiam comprar algum produto durável nos três meses seguintes, indicando recuo na intenção de compra de um ano para o outro: em igual mês de 2013, o resultado havia sido de18,6%.
Ao longo do ano de 2014, apenas os meses de abril, agosto e novembro apresentaram resultados favoráveis nesta base de comparação.
O quadro, que ainda inclui inflação persistente, juros em alta e contas públicas deficitárias antes mesmo do pagamento dos juros da Dívida Pública, exacerba a importância de medidas em prol da credibilidade da Política Econômica e do investimento, essenciais para a retomada gradual da confiança de empresários e consumidores, de modo que a economia volte a crescer em 2016.
Análise da Fecomércio do Rio de Janeiro sobre a PNAD