O lobista Mário Frederico de Mendonça Góes, foragido desde quinta-feira, se entregou neste domingo à sede da Polícia Federal em Curitiba.
Ele era o único dos onze operadores investigados que teve a prisão preventiva decretada na nona fase da Operação Lava Jato, batizada My Way.
Ex-presidente da Sociedade Brasileira de Engenharia Naval (Sobena), Góes é suspeito de ter feito pagamentos de propina não só na Diretoria de Serviços da Petrobras, mas também na BR Distribuidora.
De acordo com as investigações, o operador subornou funcionários da estatal a mando de UTC, MPE, OAS, Mendes Júnior, Schahin, Carioca Engenharia, Bueno Engenharia e Arxo.
Em depoimentos prestados em acordo de delação premiada, o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco admitiu que Góes frequentava sua casa para trazer pagamentos de 300.000 a 400.000 reais em mochilas.
Barusco também recebia pagamentos em contas no exterior, cujos extratos bancários foram entregues aos investigadores.
Barusco e Góes chegaram a comprar dois aviões.
O primeiro foi revendido para a compra do último modelo, um Beechcraft King Air B200, adquirido por 1,4 milhão de reais.
A aeronave estava registrada em nome da empresa de Góes, Riomarine Óleo e Gás, e foi sequestrada pela Justiça para garantir o ressarcimento dos cofres públicos.
A participação de Góes no esquema de corrupção e de outros dez operadores foi descoberta a partir das confissões de Barusco.
Mas Góes foi citado também por uma ex-funcionária da Arxo, o que deu aos policiais provas de que o operador estava também esteve envolvido no desvio de recursos da BR Distribuidora.
Outros 10 lobistas investigados na operação My Way foram alvos de mandado de condução coercitiva e tiveram de prestar depoimento à Polícia Federal.
Acusado de participar do desvio de meio bilhão de reais para os cofres do partido, o tesouro do PT, João Vaccari Neto, foi um dos operadores que foram interrogados.
Na Veja