Foi tensa a reunião na casa de Renan Calheiros (PMDB-AL) na terça.
Peemedebistas acusaram petistas de traição na eleição do Senado e ameaçaram tirar cargos do PT na Mesa.
Com ajuda do PT, Renan colocou em prática uma operação costurada para deixar de fora dos postos PSDB e PSB, que fizeram oposição a sua reeleição.
Aliados do peemedebista reconhecem, nos bastidores, que o presidente da Casa quis medir forças com o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), que luta para se consolidar como líder da oposição na Casa.
Apesar de ser tradição do Senado a divisão das vagas na Mesa Diretora de acordo com o tamanho das bancadas dos partidos, o grupo de Renan conseguiu aprovar indicações de partidos que apoiaram sua recondução do presidente do Senado.
Sob fortes protestos da oposição, que acusou Renan de “tratorar” a escolha em favor de seus aliados e apequenar o Senado, as duas vice-presidências, quatro secretarias da Mesa Diretora e suas respectivas suplências serão ocupados pelo PT, PMDB, PP, PDT e PR.
Com exceção do PDT, todas as siglas apoiaram a candidatura de Renan para presidir o Senado.
Com a manobra, o PSDB e o PSB, que teriam direito a dois cargos, foram excluídos da Mesa Diretora.
O PDT conquistou a vaga porque indicou o senador Zezé Perrella (MG) para a terceira secretaria, que é aliado de Renan –nenhum outro pedetista foi aceito pelo grupo do presidente do Senado.