Fios de energia elétrica.
Foto: fotos públicas.
Do JC desta quinta-feira (5) Por Ângela Belfort, repórter de economia A conta de energia deve subir mais de 30% quando se comparam as contas de fevereiro do ano passado com o que deve ser cobrado em março próximo, segundo estimativas feitas por técnicos do setor elétrico.
Esse aumento não inclui o percentual do reajuste anual (ordinário) da tarifa que entra em vigor no dia 29 de abril.
O acréscimo da conta em janeiro ocorreu por causa da bandeira vermelha, uma espécie de gatilho que repassa para o consumidor o custo mais alto da compra de energia já no mês seguinte.
Em janeiro, foi repassado na tarifa R$ 3,50 por causa da bandeira vermelha para cada 100 kWh consumidos.
Para março, a conta ficará ainda mais cara porque a expectativa do mercado é de que passem a ser cobrados R$ 4,50 para cada 100 kWh consumidos e mais um percentual de 3,89% sobre o total da conta para pagar a Conta de Desenvolvimento Econômico (CDE), um encargo do setor elétrico que vai bancar o alto custo das térmicas.
As estimativas feitas pelo JC se basearam em dados divulgados até agora.
Ainda não foi batido o martelo sobre o valor que será cobrado na bandeira vermelha, mas ele vai aumentar, segundo a assessoria de imprensa da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que realizará uma reunião amanhã para iniciar o processo que definirá um novo valor.
Ainda nesse encontro, os diretores estabelecerão um percentual a ser cobrado para pagar os custos da CDE para cada distribuidora.
Até agora, os 3,89% formam o percentual médio da CDE a ser cobrado na conta dos nordestinos.
Ambos os valores sairão ainda em fevereiro, chegando à conta a partir de março próximo.
Nos valores estimados, os aumentos foram um pouco mais de 30%, 34% e 35% para quem consome, respectivamente, 100 kWh, 300 kWh e 700 kWh por mês.
Os valores estimados de março estão no quadro acima.
Mas por que esses aumentos vieram no começo de 2015?
A cobrança foi postergada por causa das últimas eleições.
No ano passado, o governo chegou a adiantar dinheiro às distribuidoras para que elas bancassem o custo das térmicas. “O preço da energia no País é um desastre e reflete os erros do governo federal”, conta o membro do Instituto Ilumina Nordeste, Antonio Feijó, referindo-se ao fato de que a presidente Dilma Rousseff anunciou uma redução no preço da energia em 2012, que entrou em vigor em 2013.
Como as chuvas não vieram, mais térmicas tiveram que funcionar e o preço da energia subiu.
Enquanto o preço aumenta, o serviço não melhora.
A Aneel incluiu a Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) entre as 16 distribuidoras que terão que explicar o motivo da queda na qualidade do serviço.
A Celpe informa que participará da reunião sobre esse assunto com a diretoria da Aneel.