Em depoimento concedido à Polícia Federal em acordo de delação premiada, o ex-gerente de Serviços da Petrobras Pedro Barusco estimou que o PT recebeu de propina em contratos da estatal uma quantia entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões.
Segundo Barusco, esses valores se referem a propina em 90 contratos da estatal com grandes empresas fechados entre 2003 e 2013.
O depoimento de Barusco foi dado em novembro e divulgado no andamento processual da Operação Lava Jato nesta quinta-feira (5).
O depoimento à Polícia Federal de Pedro José Barusco Filho foi feito em novembro do ano passado, mas somente divulgada nesta quinta-feira pela polícia.
Barusco identificou o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, como responsável pelo recebimento do dinheiro desviado da empresa.
O tesoureiro foi levado a PF para explicar-se nesta quinta.
No Senado, o ex-candidato a presidente tucano Aécio Neves aproveitou a revelação, tornadas públicas hoje do depoimento de um ex-dirigente da Petrobras, para dizer que elas era estarrecedoras. “Durante a campanha eleitoral, eu várias vezes cobrava, inclusive da candidata Dilma Rousseff, uma posição sobre se ela confiava ou não no tesoureiro do seu partido, hoje, denunciado por este dirigente da Petrobras como o receptor de parte deste recurso desviado.
Nada como o tempo para trazer luz à verdade”. “É absolutamente fundamental que as investigações continuem ocorrendo e os responsáveis pelo maior escândalo de corrupção da nossa história sejam punidos exemplarmente.
E nós da oposição estamos e estaremos atentos para que não haja qualquer manobra que desvie o centro desta questão. É preciso que saibamos, de forma muito clara, quem foram os responsáveis por estes desvios, quem foram aqueles responsáveis por suas indicações e, em especial, quem foram os beneficiários desse esquema. É triste para o Brasil.
Estamos absolutamente atentos para que no Congresso Nacional, através da CPI na Câmara, possamos avançar nessas investigações”.