Você sabe o que é voltar aos Movimentos Sociais?
Nunca vi, não comi, só ouço falar!
Wladimir Quirino, especial para o Blog de Jamildo O PT de Pernambuco, vira e mexe, fala em “voltar aos Movimentos Sociais”, mas, na prática, distancia-se cada vez mais.
Como voltar aos “Movimentos Sociais”?
No dia a dia militantes e simpatizantes do PT participam dos movimentos.
Estão lá.
Sempre é bom lembrar que vários programas, ao longo dos 12 anos do PT na prefeitura do Recife, foram constituídos com a participação popular.
Hoje o problema reside na institucionalidade e não os militantes.
São os mandatos, prefeituras (o que restou) e o próprio partido que deveriam reestruturar os canais de diálogo e efetivar a participação social.
Ontem a bancada do PT, na ALEPE, optou em não presidir a Comissão de Cidadania, Direitos Humanos e Participação Social.
Na Câmara Federal, ao abrir mão de uma comissão de igual atuação, o PT fez surgir o deputado Marco Feliciano.
Aqui o PT passou a bola para o PSOL.
Com tal decisão significa dizer que, na prática, o PT abriu mão de protagonizar, através da institucionalidade, da atividade legislativa, a tão propagada “volta aos Movimentos Sociais”.
O PT de Pernambuco precisa apoiar as lutas dos movimentos (não só de boca), renovar-se com a dinâmica das pautas e da luta popular organizada.
A relação do PT-PE com os movimentos não pode se restringir, meramente, aos processos eleitorais.
O PT-PE precisa voltar a ser um instrumento, um agente potencializador, uma mão amiga, para os companheiros e companheiras da luta organizada.
Voltar aos Movimentos Sociais não pode ser o caviar de Zeca Pagodinho.
Wladimir Quirino é historiador e membro do Diretório Regional do PT-PE