Por Marcela Balbino, repórter do Blog Um encontro a portas fechadas nesta quinta-feira (5) entre o presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), Guilherme Uchoa (PDT), e o ex-deputado federal João Paulo (PT) é um indicativo de que as eleições municipais do Recife estão mais próximas do que se imagina.
Amigos desde a época em que chegaram à Alepe, em 1994, a dupla manteve a amizade apesar das diferenças partidárias.
Com a vitória de Uchoa para o quinto mandato à frente da Mesa Diretora e o imbróglio com o PSB, o parlamentar saiu fortalecido do embate e se tornou figura central para qualquer articulação política, principalmente para a próxima disputa eleitoral.
Nos bastidores, os relatos são de que o relacionamento entre Uchoa e o Palácio do Campo das Princesas saiu estremecido, por causa da indicação de Lula Cabral (indicação do governo), contra o candidato Diogo Moraes (indicado de Uchoa), que ganhou a primeira secretaria da Casa.
Apesar das duas partes destacarem que não houve em nenhum momento “derrota” do Palácio, o fato é que Diogo Moraes e Uchoa saíram fortalecidos do embate. “E, desta vez, não houve apoio de uma figura como Eduardo Campos nos bastidores, Uchoa conseguiu se articular e garantir maioria na Casa.
Isso deu mais poder a ele”, disse um parlamentar, em reserva.
Nas costuras para eleição da Alepe, o prefeito do Recife, Geraldo Julio, também bateu de frente com Uchoa na escolha do candidato do PSB para a primeira secretaria.
Em reserva, fontes apontam que isso pode ter fragilizado a relação entre os dois, a menos de um ano para a eleição municipal.
O ex-deputado federal João Paulo entra na história neste momento.
O parlamentar nunca escondeu o desejo de se reeleger para a Prefeitura do Recife e, atualmente, longe do Congresso Nacional, terá tempo para pavimentar uma nova candidatura.
Após as eleições da Alepe, a bancada de oposição, formada por PT e PTB, apoiou a reeleição de Uchoa, o que demonstra aproximação entre os grupos.
Com Uchoa fortalecido, o presidente da Alepe vira aliado de primeira hora.
Os atores políticos envolvidos na conversa foram procurados, mas não responderam aos telefones.