Refinaria Abreu e Lima.
Foto: Heudes Regis/JC Imagem.
O ano era 2012 e a Petrobras ia bem, as ações valorizadas e o governo de Dilma ainda não estava mergulhado em denúncias de corrupção.
Mas, naquele período, a engenharia química Maria das Graças Foster assumiu a presidência da Petrobras fazendo críticas por erros no projetos da empresa, como o da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.
Graça assumia o comando da empresa no lugar de José Sergio Gabrielli.
Na ocasião, ela afirmou que a refinaria Abreu e Lima era um “erro que não seria repetido”. » Graça Foster renuncia à presidência da Petrobras “Antes de ser presidente da Petrobras fiquei quatro anos e meio como diretora, diversas vezes discutimos e eu nunca fui voto contrário [aos planos], então eu sou responsável também por tudo que saiu torto, tudo o que deu errado”, disse Graça.
O custo inicial de Abreu e Lima foi estimado em US$ 2,4 bilhões em 2005.
Hoje é a obra mais cara em curso no Brasil, chegando a US$ 18,5 bilhões, ou R$ 48,5 bilhões.
A continuidade da obra de Abreu e Lima foi aprovada pelo conselho de administração em junho de 2012, junto ao plano de negócios até 2016.
Os investimentos chegavam a US$ 17 bilhões.
O projeto de Abreu e Lima surgiu em 2005, quando o ex-presidente Lula firmou um acordo com Hugo Chávez, da Venezuela, para que a Petrobras e a petroleira venezuelana PDVSA construíssem uma refinaria no Nordeste.
Foto: WILTON JUNIOR/AGENCIA ESTADO/AE A escalada de gastos, segundo a auditoria, foi provocada por erros de gestão, variação cambial, e mudanças no escopo do projeto, após a saída da PDVSA.
Com a Operação Lava Jato, também surgiram fortes indícios de superfaturamento da obra.
O Tribunal de Contas da União (TCU) apontou prejuízo de US$ 792,3 milhões na aquisição da refinaria, feita em duas etapas, entre 2006 e 2012.
Em julho, os ministros decidiram decretar a indisponibilidade do patrimônio de 11 diretores e ex-diretores da companhia para resguardar eventual ressarcimento aos cofres públicos.
Maria das Graças Silva Foster assumiu a presidência da petroleira em 13 de fevereiro de 2012.
Ela foi a escolhida para substituir José Sérgio Gabrielli, que estava há sete anos no comando da empresa, indicado pelo governo Lula.
Funcionária de carreira da Petrobras, Graça Foster ingressou na estatal em 1978 e se tornou a primeira mulher do mundo a comandar uma empresa de petróleo de grande porte.
Ela foi eleita pela revista norte-americana “Fortune” a executiva mais poderosa fora dos EUA e ficou em 4º lugar no ranking mundial.