Fiel da balança No painel da Folha de São Paulo Aliados de Aécio Neves (MG) acreditam que o discurso do senador para a bancada do PSDB na Câmara nesta sexta-feira conteve a debandada de votos pró-Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na disputa pela presidência da Casa.

Mas resiste no partido o temor de que Julio Delgado (PSB-MG) tenha votação inexpressiva domingo, o que fragilizaria o senador mineiro. “O PSDB não tem de se pautar pela lógica comezinha do varejo, e sim pela responsabilidade com a sociedade”, disse Aécio à coluna.

Aliados de Aécio rastrearam os “eduardistas” da bancada.

Rogério Marinho (RN) foi chamado para uma conversa e ouviu que o partido “tomará providências” caso ele descumpra a ordem de votar em Delgado.

Na reunião, Aécio disse que o apoio dos tucanos é essencial para segurar o PSB no campo da oposição e lembrou que a sigla sofre “ataque especulativo” para voltar à órbita do Planalto.

O Planalto ficou irritado com o vazamento da planilha que revela a tática de captação de votos de Arlindo Chinaglia (PT-SP), com a atuação direta de ministros.

A avaliação é que um petista traiu o partido e entregou a papelada a Cunha.

As últimas projeções do Planalto ainda previam uma vitória de Cunha, mas com uma vantagem cada vez menor.

O clima ontem nos gabinetes de articulação política do governo foi tenso.

Ao abordar um deputado, Chinaglia ouviu a seguinte explicação de por que ele votaria em Cunha, que tem prometido cargos na Mesa e em comissões e atender uma pauta corporativa da Casa: “Arlindo, você é uma árvore que não dá sombra”.

Renan Calheiros (PMDB-AL) telefonou a dirigentes do PT e do PSDB ontem em busca de apoio contra Luiz Henrique (PMDB-SC) na eleição para a presidência do Senado.