Governador está otimista com vitória de Júlio Delgado para presidência da Cãmara.
Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem.
Por Marcela Balbino e Paulo Veras, repórter do Blog Herdeiro de um legado deixado pelo padrinho político Eduardo Campos, Paulo Câmara (PSB) enfrentou o primeiro mês à frente do Governo de Pernambuco tendo que enfrentar crises profundas na gestão e começa a sentir a pressão de gerir um Estado sem o apoio de um político forte e experiente.
Na segunda semana da gestão, Câmara enfrentou o primeiro grande desafio.
Durante três dias houve uma rebelião no Complexo Prisional do Curado, o maior do estado, que contou com presos empunhando facões enquanto circulavam pelos tetos dos pavilhões e enfrentamentos com o Batalhão de Choque que resultaram em três mortes; dentre as quais a de um sargento da Polícia Militar.
Atualmente, o conjunto de presídios do Curado, na Zona Oeste do Recife, tem capacidade para 10 mil presos, mas abriga cerca de 31 mil detentos em suas três unidades.
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Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem.
A crise levou o governador a declarar estado de emergência no sistema penitenciário por um período de 180 dias pelos quais uma força-tarefa vai atuar para tentar minimizar os problemas de superlotação.
Também foi decretada intervenção em uma parceria público-privada (PPP) para construção de um presídio em Itaquitinga, na Zona da Mata, cujas obras estão paradas desde 2012.
No terceiro dia do ano, Paulo Câmara já havia tido que anunciar uma série de medidas para conter o avanço da violência no Estado.
O índice de homicídios, que estava em queda desde 2007, subiu 9,5% em 2014.
Além disso, policiais militares e bombeiros sinalizaram com a possibilidade de uma greve no dia 10 de fevereiro, às vésperas do Carnaval.
Outra medida herdada da gestão anterior causou desgaste político para o governador.
Apesar de ter prometido bilhete e tarifa única a R$ 2,15 durante a campanha eleitoral, na primeira quinzena de 2015, o governo anunciou aumento de 12,93% na principal tarifa de ônibus da Grande Recife, o que elevou o preço da passagem para R$ 2,45.
Depois de ter exercido postura de oposição ao governo federal na campanha de 2014, Paulo Câmara também se esforçou para construir uma relação institucional com a gestão da presidente Dilma Rousseff (PT) em busca de parcerias para destravar projetos essenciais para o Estado.
Encontro de Paulo Câmara com o Ministro de Chioro.Fotos: Humberto Pradera / Divulgação Desde que tomou posse, Câmara se reuniu com três ministros em Brasília: Gilberto Kassab (Cidades), Antônio Carlos Rodrigues (Transportes) e Arthur Chioro (Saúde).
O socialista também recebeu o ministro da Educação, Cid Gomes, para apresentar sugestões ao MEC de políticas públicas para o Ensino Médio.
No plano político, o governador pernambucano assumiu por 15 dias a presidência nacional do PSB e, nesse período, intercedeu junto ao senador Aécio Neves para garantir o apoio do PSDB à candidatura de Julio Delgado (PSB) à presidência da Câmara Federal.
Na pauta administrativa, Paulo Câmara avançou pouco.
Foram retomadas obras de estradas ligando distritos a cidades do interior, anunciadas a construção de escolas também no interior e vistoriada algumas obras e ações do governo; inclusive a capinação de uma avenida em Olinda.