Deputados da base aliada do governo relataram, sob a condição de reserva, que a Casa Civil do governo Paulo Câmara chamou vários deputados para defender o nome de Lula Cabral como primeiro secretário da Alepe e teria ameaçado os mais relutantes, que já haviam empenhado a palavra com o socialista Digo Moraes.

Nessas conversas, o secretário Antônio Figueira, da Casa Civil, teria feito ameaças veladas. “O jogo é duro.

Ele disse que, se os deputados não votarem (no candidato oficial), sabem as consequências.

Todo voto tem consequências”, conta um parlamentar. “O erro não vem de Paulo Câmara.

A falha na condução política vem de Sileno Guedes e Antônio Figueira.

Eles acham que deputado é empregado do governo.

Os deputados gostariam de ser ouvidos.

Depois de já terem prometido votar em Diogo Moraes, com que cara não vão mais votar nele?” “Sabe o que vai acontecer?

A oposição vai pegar este cavalo celado e cavalgar numa boa” “Não precisa de muito esforço de memória para concluir que a oposição na Alepe não vai abraçar Lula Cabral.

Armando Monteiro Neto (ministro de Dilma e líder informal da oposição, depois de perder as eleições para Paulo Câmara) não votaria no candidato do Palácio do Campo das Princesas de jeito algum.

Menos ainda sendo o candidato do governo Lula Cabral”, observa outra fonte do Blog de Jamildo, citando a briga entre Armando e Lula, que fez o ex-prefeito do Cabo a abandonar o PTB.

O bate chapa entre os socialistas era pedra cantada desde o começo da semana.

Em uma contabilidade informal, o pessoal ligado a Diogo Moraes contabiliza 10 votos entre os 15 deputados socialistas.

No total, ele teria 34 nomes, entre os 49 deputados. “Diogo Moraes não aceitou a intervenção!”, disse, na terça-feira, uma fonte do Blog de Jamildo, sobre o processo sucessório.

Um socialista histórico contextualiza a questão. “Eduardo Campos fazia porque tinha força.

Na disputa entre José Queiroz e Guilherme Uchoa, pela presidência da Alepe, o governo queria José Queiroz, mas foi convencido que Uchoa construiu a candidatura e não havia vantagem em fraturar a base aliada insistindo em Queiroz.

Deu Uchoa.

Chamou Queiroz e ofereceu a comissão de Justiça e mandou o PSB dar apoio a Uchoa”, relembra.