Por Ricardo Souza da Rede Previdência (www.redeprevidencia.social) Os mandatos que se iniciam no governo federal e estadual têm uma batata quente nas mãos: a necessidade de uma boa gestão dos regimes de previdência dos Não se trata de “reforma”, já que, neste quesito, os governos fizeram tudo o que queriam.

Trata-se de arcar com a responsabilidade que têm em mãos.

Para entender a questão, é importante saber que a União e Pernambuco mantém, ainda, o regime de repartição, em que os servidores ativos pagam os benefícios dos aposentados e pensionistas na promessa de, no futuro, quando se aposentarem, também terem seus benefícios pagos pelos futuros servidores ativos.

O problema desse regime é a necessidade de ter um número muito maior de servidores ativos financiando um número pequeno de aposentados.

Ou seja, o inverso da situação atual na qual a proporção de aposentados só aumenta em relação aos servidores ativos.

A solução seria migrar para um regime de poupança coletiva (capitalização), de forma que os atuais servidores, quando vierem a se aposentar, tenham uma poupança capaz de garantir seus benefícios futuros.

O governo federal, atua na linha do “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”, exigindo dos estados e municípios a migração do regime de repartição para capitalização.

Todavia, o seu próprio regime avança em passos de tartaruga em No Estado de Pernambuco, as mudanças foram aprovadas desde 2000, mas, passados quase 15 anos , pouco se fez.

Nos dois casos, a solução esbarra nas respectivas áreas de finanças, que reagem a projetos previdenciários mais austeros.

O problema, para União e Estado, é que um dia essa conta será cobrada.

Quando a grande massa de servidores ativos se aposentar, não haverá reservas financeiras para pagar os benefícios, o dinheiro terá que sair do Tesouro e, consequentemente, a capacidade de investimento em áreas importantes da Gestão Pública será Em relação à União, o novo ministro da Previdência é um técnico.

Em Pernambuco, o governador recém-eleito, além da carreira técnica, é servidor estadual.

Assim, ambos possuem um grande desafio pois, entendendo bem do assunto, precisam vencer a resistência da burocracia financeira, apegada ao curto prazo, e construir uma estratégia à altura de estadistas, combinando o planejamento de prioridades em curto, médio e longo prazo.

E precisa agir rápido, antes que seja tarde.