Juiz Luiz Rocha, da 1ª Vara de Execuções Penais do Recife.

Foto: Guga Matos/JC Imagem O juiz titular da 1ª Vara de Execuções Penais de Pernambuco, Luiz Rocha, mandou um recado direto ao presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Pernambuco (OAB-PE), Pedro Henrique Reynaldo Alves, afirmando que ele deveria conhecer a realidade do sistema prisional antes de tecer críticas contra o trabalho desempenhado pelo magistrado.

Nesta quarta-feira (21), a OAB entrou com representação no Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), pedindo providências disciplinares em relação ao juiz. » Policiais Militares lotam auditório para reunião da categoria após rebeliões » OAB-PE vai pedir ao TJPE providências disciplinares contra juiz Luiz Rocha Rebatendo as críticas, o magistrado disse ter visto “equívoco” na representação e disparou nominalmente contra o presidente da entidade: “Me sentiria muito mais feliz se a OAB tivesse designado 20 advogados para fazer uma parceira conosco, ou se o doutor Pedro Henrique (presidente da Ordem) tivesse vindo aqui para poder ver de fato o que é e, aí sim, tomar medidas, mas espero que da próxima vez o pessoal da OAB venha se informar primeiro do que está acontecendo”, rebateu o juiz da 1ª Vara de Execuções Penais.

Quanto a um dos pontos citados na nota, no caso a assiduidade do juiz, Luiz Rocha afirmou que faz parte da corregedoria as atividades externas. “Não tenho como fiscalizar os presídios do meu gabinete.

Ainda não tenho essa propriedade.

Então, é preciso que, como corregedor, eu me desloque periodicamente.

Tenho nove unidades prisionais e mais o regime semiaberto para dar conta dele.

Então, são nove unidades que preciso ouvir pessoalmente”, explicou, acrescentando que é, mais uma vez, falta de conhecimento das funções inerentes ao cargo.

Detentos mandam recado para juiz Luiz Rocha.

Foto: Edmar Melo / JC Imagem.

FIM DA REBELIÃO - Na noite do terceiro dia de rebelião no Complexo Prisional do Curado, antigo Aníbal Bruno, no bairro do Sancho, Zona Oeste do Recife, o juiz Luiz Rocha anunciou que os motins chegaram ao fim nesta quarta-feira (21).

Segundo ele, a decisão foi tomada após uma negociação com um grupo de detentos que representavam os rebelados.

Entre as medidas tomadas para o fim da confusão está a transferência de 27 detentos para outras unidades prisionais do Estado.

Ao todo são 13 presos que estão reclusos no Presídio Frei Damião de Bozzano (PFDB), dez do Presídio Juiz Antônio Luis Lins de Barros (PJALLB) e mais quatro do Presídio ASP Marcelo Francisco de Araújo (PAMFA).

O Complexo do Curado é formado pelas três unidades que, juntas, abrigam pouco mais de 6 mil presos espremidos num espaço com capacidade para 1,3 mil detentos.