Da Folhapress BRASÍLIA, DF - O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, criou um grupo de trabalho para auxiliá-lo nos processos relativos à operação Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), que investiga um esquema de corrupção na Petrobras.
A equipe atuará paralelamente à força-tarefa já criada por ele, que tem como foco as ações de primeira instância que tramitam na Justiça Federal do Paraná.
De acordo com portaria assinada nesta segunda-feira (19), o grupo de trabalho terá duração de seis meses e será coordenado pelo procurador-regional da República Douglas Fischer.
Contará, ainda, com outros sete integrantes do Ministério Público.
A expectativa é que Janot, no início de fevereiro, apresente as primeiras denúncias e pedidos de abertura de inquérito contra políticos detentores de foro privilegiado.
O grupo, que trabalhará em parceria com a força-tarefa, terá atuação voltada para o STF.
Isso porque os processos da Lava Jato tramitarão na Segunda Turma do Supremo, um colegiado composto por cinco ministros.
O plenário da corte, que conta com todos os 11 ministros, só será palco de processos caso eles atinjam os futuros presidentes da Câmara e do Senado.
POLÍTICOS - Janot pode apresentar denúncias contra autoridades que o Ministério Público considera ter provas de participação no esquema ou pedir abertura de inquéritos contra aqueles que têm contra si apenas indícios.
De uma forma ou de outra, inquéritos ou denúncias não significam culpa, uma vez que somente após o processo e julgamento pelo STF uma autoridade pode ser condenada.
Um dos principais delatores da Lava Jato, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa disse que entre 35 e 40 políticos foram citados por ele em seu depoimento.