A reverência de Paulo Câmara (para alguns covardia) com Guilherme Uchoa pode ser explicada por um episódio pouco explorado da campanha estadual do ano passado.
Antes da morte de Eduardo Campos, Armando Monteiro Neto estava muito bem posicionado nas pesquisas e até recusava apoio de deputados da base governista.
Em um destes casos, o deputado federal eleito Marinaldo Rosendo, de Timbaúba, muito ligado a Guilherme Uchoa, procurou o petebista e disse que o apoiaria, desde que ele garantisse a reeleição de Guilherme Uchoa na Alepe, agora em 2015.
Armando Monteiro disse que não podia aceitar a condição, uma vez que havia sido contrário a reeleição de Uchoa, ainda no governo Eduardo.
Depois da derrota, o ministro do Desenvolvimento já arrumou um discurso para mudar de posição, esquecendo a coerência.
Eduardo Campos, que não era besta nem nada, quando tomou conhecimento da movimentação dos aliados da Mata Norte, cancelou a agenda nacional e viajou para Timbaúba, para lançar a candidatura de Marinaldo Rosendo, obviamente com Guilherme Uchoa no palanque.
Os destinos da Alepe podem ter sido selados ali.
No domingo 03 de agosto de 2014, dez dias antes de morrer, mais de três mil pessoas lotaram a quadra do Colégio Santa Maria, em Timbaúba, para receber os candidatos a presidente da república, Eduardo Campos, a governador Paulo Câmara e a senador Fernando Bezerra Coelho (PSB).
O evento, que marcou o lançamento da candidatura de Marinaldo Rosendo (PSB) a deputado federal, aconteceu em clima de festa.
Geraldo Júlio, prefeito do Recife e Guilherme Uchoa, presidente da Assembleia Legislativa, compareceram à agenda. “Quem confia em mim, antes de votar em mim, vota em Paulo e Fernando.
Eles me representam nestas eleições”, disse Eduardo Campos para a plateia.
Ele ponderou que um governo não pode ser objeto de brigas, porque das medidas adotadas pela gestão dependem as vidas de milhares de pessoas. “Quatro anos perdidos, com um governo errado, podem significar a sobrevivência de um jovem que esperava pelo emprego ou de uma mulher que precisava de atendimento médico”, discursou.
Ele lembrou que em 2006, quando disputou o governo do estado pela primeira vez, começou a disputa com apenas 4% das intenções de voto. “Já muita gente boa de ganhou nas pesquisas, nós vamos vencer nas urnas”, afirmou. “Nossos adversários não tem o que mostrar.
As pessoas vão começar a saber quem está nos acompanhando, quem está jogando em nosso time.
Vamos vencer as eleições”, disse Paulo Câmara, no evento.