Por Fernando Castilho, especial para o Blog Faleceu ontem no Recife, aos 93 anos, o empresário Hilson de Brito Macedo, pioneiro no Nordeste no segmento de transporte e segurança de valores através das empresas Nordeste Segurança de Valores e Transbank que atuava na Região Sul e Sudeste.

Hilson de Brito Macedo, era funcionário público federal (trabalhava como inspetor de linhas telegráficas) anos depois de ter saído como major do Exército, quando, em 1970, decidiu fundar (com cinco amigos) duas empresas, a Pernambuco Segurança de Valores e a Ceará Segurança de Valores, pioneiras no segmento na Região.

O negócio surgiu no final da década de 60 quando ainda não existiam na Região Nordeste as atividades de segurança privada e transporte de valores e ele decidiu entrar nele.

Nessa época a segurança dos bancos era realizada pela Polícia Militar e em 1969, quando houve o aumento no número de assaltos a Bancos no Brasil o governo decidiu criar um (Decreto-Lei nº 1034/69), regulamentando esses serviços como privados dando a Macedo a oportunidade de entrar nela.

Com o passar do tempo, os sócios saíram e a empresa virou familiar quando em 1976, Hilson Macedo Filho, com 17 anos, começou a trabalhar com o pai respondendo pela montagem da escala dos vigilantes.

Foi quando o velho HIlson decidiu comprar quatro carros-fortes para entrar no setor de transporte de valores.

Sua estratégia foi deixá-los em exibição na Avenida Boa Viagem.

As crianças arrastavam literalmente os pais para conhecerem o interior daqueles carros estranhos e, ao saírem, recebiam cartões de visita da empresa.

A ação rendeu curiosidade sobre o serviço, conversas e, mais tarde, clientes.

No início da década de 80, a Pernambuco precisou mudar de nome e virou Nordeste Segurança de Valores, embalada pela expansão das atividades e pela abertura das filiais nos Estados de Alagoas e Paraíba.

A crescente procura dos serviços de segurança em todo o país exigia do governo maior normatização e o “Coronel” Hilson aproveitou a onda.

Em 1991, a Nordeste Segurança de Valores já era uma empresa regional de porte atendendo a diversos Estados da região.

Por isso, o convite do Bradesco (um cliente atendido em várias praças) para terceirizar uma de suas três áreas de processamento de numerários (chamadas genericamente de tesourarias) na Grande São Paulo.

Era a oportunidade que faltava para iniciar o caminho de nacionalização da companhia.

Foi quando surgiu um problema.

Paulo Sérgio Freire Macêdo que agora também comandava a empresa viu que, em São Paulo, não daria para manter o nome da empresa “Imagina, se até parada de ônibus era escrita em inglês, quem ia respeitar uma transportadora de valores chamada Nordeste?

Nasceu a Transbank, o braço do grupo para suas operações no Sul do país.

Meio português, meio inglês, resultado da junção das palavras “transporte” e “bank” (banco).

A decisão de Macedo deu certo.

Ao final de 2004, o grupo adquiria a maior empresa de segurança de valores da Região Norte, a Norsegel, num desembolso de R$ 40 milhões.

Em 2009 o grupo vendeu ao concorrente multinacional Grupo Prosegur a operação da Norsegel por R$ 200 milhões A Norsegel deixou no caixa da Nordeste no último semestre sob seu comando um resultado de R$ 30 milhões.

Curiosamente seria a mesma Prosseguir que o compraria empresa anos depois.

Com esta aquisição, a multinacional espanhola firmou-se como a maior empresa do segmento de segurança do Brasil, ampliando também sua liderança no mercado mundial.

A transação envolveu os ativos e contratos da Nordeste Segurança (controla todo o Norte e Nordeste) e da Transbank, que tem larga atuação no sul e sudeste do Brasil.

Juntas, a Nordeste Segurança e a Transbank têm um faturamento anual de R$ 794 milhões, contando com 20.850 empregados em 14 estados das regiões Norte, Nordeste, Sul e Sudeste do País.

Não deu para a realizar a meta do velho Hilson que certa vez disse ao sfilhos. “Meninos, nós vamos chegar ao primeiro lugar e não vai demorar muito”.

Estava com 76 anos ainda no comando do negócio.

O velho Hilson Macedo faleceu ontem.