Trailer da Polícia Militar na Rua da Moeda, Bairro do Recife.
Foto: BlogImagem.
Considerado um dos cartões-postais da capital pernambucana, o Bairro do Recife está sendo palco frequente de arrastões e brigas de grupos rivais nas últimas semanas.
O comportamento coloca em risco o lazer e afasta turistas e frequentadores habituais da localidade.
Na tentativa de reverter a insegurança, a Prefeitura do Recife e a Polícia Militar de Pernambuco (PM-PE) anunciaram nesta terça-feira (13) medidas para combater a onda de violência no local.
A proposta é organizar bloqueios nas principais pontes que dão acesso ao Recife Antigo.
Segundo o major André Ângelo, à frente do 16º Batalhão da PM-PE, a partir do próximo domingo (18), serão feitas intervenções nas Pontes Giratória, Limoeiro, Maurício de Nassau e Buarque de Macedo para revistar pessoas consideradas “suspeitas”.
Major Ângelo explica como será feito o monitoramento no Bairro do Recife.
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As diretrizes do projeto foram apresentadas durante uma reunião nesta terça-feira, após encontro - a portas fechadas - com os dirigentes da Secretaria de Defesa Social (SDS). » PM quer criar barreiras no Bairro do Recife para melhorar segurança “Houve um reforço no policiamento do Bairro do Recife, nós dvidimos o bairro em quatro quadrantes de segurança com áreas de responsabilidade, então cada uma estará sob o comando de um oficial da PM e teremos efetivo lançado de cem PMs, que estarão trabalhando a pé nestes locais, além disso cada ponte se transformará em um ponto de triagem para a polícia, então todos que se dirigem para a ilha serão vistoriadas para evitar que pessoas mal intencionadas se desloquem para o Bairro do Recife”, explicou o major André Ângelo.
No último domingo (11), 30 pessoas foram detidas, uma delas usava tornozeleira eletrônica do sistema prisional.
A PM listou uma série de pontos que serão observados, entre eles: menores desacompanhados, cidadãos sem documento, pessoas com mandado de prisão ou com arma de fogo.
Ação proposta pelo órgão de segurança também propõe a substituição de garrafas de vidro por plásticas.
Para quem vivenciou o medo do arrastão, a medida é vista com bons olhos.
Há mais de 10 anos atuando como ambulante pelas ruas do Bairro do Recife, Marilene da Rocha Lima, 35 anos, aprovou o reforço na segurança. “Foi um terror no último domingo.
Sorte não ter trazido minha filha.
A gente fica assustado, os clientes fogem.
Basta dar 20h que tem início a bagunça.
Claro que aprovo [realizar revistas], mas quero ver é se vai funcionar”, diz a ambulante.
O engenheiro agrônomo João Paulo Ramos de Melo, 35 anos, e a esposa Tacyana dos Santos, 34, também compartilham do posicionamento da ambulante.
Eles nunca presenciaram arrastões ou atos de violência no local, mas afirmam ter consciência dos perigos da área. “Creio que não pode haver constrangimento com isso. É a minha segurança e a da minha família que está em jogo, não tenho o que temer”, afirmou o engenheiro.
Durante a semana, 30 policiais atuam nas ruas do Bairro do Recife.
A partir de agora, de sexta a domingo, serão mais 70 profissionais.
No último domingo (11), 30 pessoas foram detidas, entre elas uma usava tornozeleira eletrônica do sistema prisional.