Em encontro com parte da bancada federal pernambucana, no Recife, no restaurante Tapa de Quadril, em Boa Viagem, o candidato do PMDB à presidência da Câmara dos Deputados voltou a defender a tese de que a casa deve adotar uma posição de independência em relação ao governo federal, depois de já ter dito publicamente Arlindo Chinaglia não teria condições de adotar a mesma postura. “Não serei um presidente oposicionista, mas também não vou transformar a Câmara num puxadinho do Palácio do Planalto”, afirmou.

Eduardo Cunha veio ao Recife tentar buscar o apoio dos 25 parlamentares que integram a bancada na disputa contra dois candidatos, Arlindo Chinaglia (PT/SP) e Julio Delgado (PSB/MG).

Cunha reuniu 13 dos 25 deputados.

Entre os presentes, cinco do PSB, partido que tem candidato próprio a presidente da Casa.

O deputado socialista Gonzaga Patriota chegou a usar o adesivo da campanha de Cunha e declarar voto em favor de Eduardo Cunha.

Voto do PP O líder do PP na Câmara, Eduardo da Fonte, declarou seu voto e informou que a bancada do seu partido vai se reunir nos próximos dias para fechar com a candidatura de Cunha.

De acordo com o progressista, o PP promoverá reunião no dia 30 para decidir se apoiará ou não a candidatura de Eduardo Cunha.

Eduardo da Fonte defendeu no encontro que o partido marche com o peemedebista.

Os parlamentares com quem ele tem conversado tenderiam a apoiar Eduardo Cunha.

O deputado federal carioca foi recepcionado pelo vice-governador Raul Henry, do PMDB, que abriu o evento e os discursos, destacando a trajetória de Cunha e suas propostas para mudar a Câmara.

No mesmo encontro, o deputado Jarbas Vasconcelos afirmou que a candidatura de Eduardo Cunha representa a autonomia do Legislativo e sua independência.

Eduardo Cunha também vai pedir apoio de Paulo Câmara Entenda a polêmica No ataque, o candidato do PMDB defende uma posição de independência em relação ao governo federal e já disse que Chinaglia não teria condições de adotar a mesma postura. “Que independência pode ter quem acabou de deixar a liderança do governo, nomeou o filho e era a favor dos conselhos populares?”, indagou Cunha. “Não seremos submissos ao governo e não seremos de oposição”, disse o deputado em outra publicação feita na noite de ontem.

Cunha acusa Chinaglia de indicar o filho para um cargo no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

O peemedebista afirmou querer uma “Câmara independente” e pediu a seus seguidores para que não confundam a “pauta congressual da governabilidade” da “pauta ideológica do PT”.

Sem citar o nome de Chinaglia, o deputado do PMDB ainda afirmou que o petista não é o candidato do governo, mas sim o “candidato da submissão ao governo”.

Cunha já recebeu o apoio formal dos partidos PTB, PSC, Solidariedade, PRB e DEM.

Chinaglia e Cunha fazem troca de acusações desde o início do mês.

O petista deu início ao embate durante almoço de apoio à sua candidatura.

Ao lado de deputados do PT, PROS, PC do B, PR e PP, disse que o peemedebista “desqualifica” seus pares. “Falar que a Câmara tem que ser altiva é admitir, no limite e pelo inverso, que quem diz isso acha que a Câmara não é altiva.

Deveria dizer quem é que na Câmara não honra o mandato.

Eu nunca vi alguém querer ganhar uma eleição desqualificando os seus pares”, afirmou Chinaglia, que já presidiu a Câmara no biênio 2007-2008. “Não é independente quem indica cargo no governo.

Eu, então, estou me sentindo independente.

Quem quiser pesquisar os cargos que eu tenho no governo pode levar para casa.

Mas eu não posso dizer que todos que se candidatam podem falar o que eu estou falando.” ‘Submissão’ Cunha reagiu com indignação ao discurso de seu adversário.

Confrontado com as declarações, contra-atacou: “Eu não tenho filho no Cade.

Nunca tive”, afirmou, referindo-se ao advogado Olavo Chinaglia, indicado em 2008 pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o cargo de conselheiro do Conselho Administrativo de Defesa Econômica, onde atuou até 2012.

Ele voltou a afirmar ainda que Chinaglia é o candidato de “submissão” ao governo. “Tem que perguntar o seguinte: se o Chinaglia presidente da Câmara iria por para votar o decreto legislativo para derrubar o decreto dos conselhos populares?

Ele colocaria para votar o Orçamento impositivo? É isso que ele tem que responder”, disse.

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