O líder do PMDB na Câmara dos Deputados e candidato à presidência da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que estará hoje no Recife fazendo campanha junto a bancada pernambucana, leva uma vantagem enorme sobre os dois concorrentes, especialmente o petista Arlindo Chinaglia (PT/SP).

A eleição para presidente da Câmara dos Deputados ocorrerá no próximo dia 1º de fevereiro.

No começo do ano, ele utilizou sua conta no Twitter para afirmar que será “radicalmente contrário” a um eventual projeto de regulação da mídia.

Neste segundo mandato de Dilma, o novo ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, sinalizou que pretende levar o tema a debate e que todos os setores da economia com “grande impacto social, democrático e econômico” serão regulamentados.

Berzoini foi eleito deputado pelo PT de São Paulo, mesmo partido de Arlindo Chinaglia. “Quero reafirmar que seremos radicalmente contrários a qualquer projeto que tente regular de qualquer forma a mídia”, afirmou Cunha no Twitter.

O deputado afirmou que o tema “incomoda muito o PMDB” e disse que o partido não aceita sequer discutir o assunto.

No ataque, o candidato do PMDB defende uma posição de independência em relação ao governo federal e já disse que Chinaglia não teria condições de adotar a mesma postura. “Que independência pode ter quem acabou de deixar a liderança do governo, nomeou o filho e era a favor dos conselhos populares?”, indagou Cunha. “Não seremos submissos ao governo e não seremos de oposição”, disse o deputado em outra publicação feita na noite de ontem.

Cunha acusa Chinaglia de indicar o filho para um cargo no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

O peemedebista afirmou querer uma “Câmara independente” e pediu a seus seguidores para que não confundam a “pauta congressual da governabilidade” da “pauta ideológica do PT”.

Sem citar o nome de Chinaglia, o deputado do PMDB ainda afirmou que o petista não é o candidato do governo, mas sim o “candidato da submissão ao governo”.

Cunha já recebeu o apoio formal dos partidos PTB, PSC, Solidariedade, PRB e DEM.

Chinaglia e Cunha fazem troca de acusações desde o início do mês.

O petista deu início ao embate durante almoço de apoio à sua candidatura.

Ao lado de deputados do PT, PROS, PC do B, PR e PP, disse que o peemedebista “desqualifica” seus pares. “Falar que a Câmara tem que ser altiva é admitir, no limite e pelo inverso, que quem diz isso acha que a Câmara não é altiva.

Deveria dizer quem é que na Câmara não honra o mandato.

Eu nunca vi alguém querer ganhar uma eleição desqualificando os seus pares”, afirmou Chinaglia, que já presidiu a Câmara no biênio 2007-2008. “Não é independente quem indica cargo no governo.

Eu, então, estou me sentindo independente.

Quem quiser pesquisar os cargos que eu tenho no governo pode levar para casa.

Mas eu não posso dizer que todos que se candidatam podem falar o que eu estou falando.” ‘Submissão’ Cunha reagiu com indignação ao discurso de seu adversário.

Confrontado com as declarações, contra-atacou: “Eu não tenho filho no Cade.

Nunca tive”, afirmou, referindo-se ao advogado Olavo Chinaglia, indicado em 2008 pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o cargo de conselheiro do Conselho Administrativo de Defesa Econômica, onde atuou até 2012.

Ele voltou a afirmar ainda que Chinaglia é o candidato de “submissão” ao governo. “Tem que perguntar o seguinte: se o Chinaglia presidente da Câmara iria por para votar o decreto legislativo para derrubar o decreto dos conselhos populares?

Ele colocaria para votar o Orçamento impositivo? É isso que ele tem que responder”, disse.