Refinaria Abreu e Lima.
Foto: Heudes Regis/JC Imagem.
Desde que iniciou o processamento de petróleo, no dia 6 de dezembro de 2014, a Refinaria Abreu e Lima (Rnest) já refinou 1 milhão 469 mil barris do produto, dos 2 milhões 637 mil que foram recebidos ao longo do primeiro mês de operação; aponta um comunicado da Petrobras divulgado neste domingo (4).
A Refinaria Abreu e Lima está no foco das investigações de desvio de dinheiro da Petrobras da Operação Lava Jato.
A refinaria, situada no Porto de Suape, em Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife (RMR), terá capacidade para processar 230 mil barris de petróleo por dia quando seu segundo trem ficar pronto, em maio de 2015.
Até o dia 30 de dezembro, a Refinaria Abreu e Lima já havia produzido 66.320 metros cúbicos de diesel; o equivalente a 63,3 milhões de litros.
Destes, 44.500 metros cúbicos (ou 44,5 milhões de litros) já foram comercializados.
Segundo a Petrobras, o montante é compatível com a atual etapa de implantação da unidade.
LEIA TAMBÉM: » Refinaria Abreu e Lima conclui primeira venda de diesel » Refinaria Abreu e Lima começa a produzir derivados de petróleo » Petróleo já circula em unidade da Refinaria Abreu e Lima, alvo da Lava Jato Primeira refinaria construída no Brasil em 30 anos, a Rnest deve ser capaz de gerar 26 mil metros cúbicos de diesel diariamente quando estiver concluída.
Hoje, porém, a produção está restrita a 64% da capacidade do primeiro trem porque a unidade de abatimento de emissões, Snox, ainda não foi terminada.
A exigência é da Agência Estadual de Meio Ambiente de Pernambuco (CPRH).
Anunciada em 2005 pelo ex-presidente Lula (PT) com estimativa inicial de custar US$ 2,4 bilhões, a Refinaria Abreu e Lima deveria ter sido construída em parceria com a venezuelana PDVSA, mas o acordo não progrediu.
Os primeiros cálculos foram feitos sem a existência de um projeto básico, no que o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa classificou em junho do ano passado como uma “conta de padeiro”.
Aprovado em 2009, o projeto básico já apontava um orçamento de US$ 13,4 bilhões.
Após atrasos e mudanças no projeto, estimasse que o custo da Refinaria hoje gire em torno de US$ 20 bilhões.
SEGURANÇA - No comunicado, a Petrobras rebate as críticas de falta de segurança na Refinaria Abreu e Lima apontadas em reportagem do jornal O Estado de S.
Paulo desse sábado.
A estatal nega que um acidente operacional tenha acionado sirenes na Rnest.
Diz que o acionamento ocorreu em função de um teste que atestou a qualidade do sistema de segurança e do qual toda a força de trabalho teria sido comunicada. “A presença de estruturas temporárias ou outros equipamentos ‘ao lado’ das unidades em operação não constituem qualquer problema ou risco.
A existência de instalações em operação paralelamente a instalações em construção e montagem é inerente ao presente projeto e comum em refinarias, assim como ocorre em qualquer obra de expansão de unidades em operação”, diz ainda a nota.
A empresa também afirma que não há nenhum prédio operacional relacionado ao primeiro trem que esteja inacabado e que todos os acessos à primeira parte da unidade estão pavimentados. “A Petrobras está adotando todas as medidas de segurança necessárias à execução simultânea de atividades de operação e de atividades de construção e montagem.
Todos os procedimentos operacionais são seguidos rigorosamente e a segurança de pessoas e instalações é prioritária em detrimento do incremento de produção”, garante ainda.