Foto: Wilson Dias/ABR Em entrevista ao jornal Folha de S.

Paulo, o novo ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, prometeu que o governo federal vai trabalhar para que os gastos públicos cresçam menos que o PIB nos próximos quatro anos.

Apesar de repetir várias vezes que sua função não é julgar o que foi feito antes de ele tomar posse, o ministro admitiu que as contas do governo vinham subindo mais do que o PIB. “Vamos trabalhar para que o gasto do governo cresça em linha com o PIB ou ligeiramente abaixo do PIB nos próximos anos”, afirmou. “Se isto vai ser traduzido numa regra formal, na LDO, é algo ainda a ser discutido, vamos checar se teremos de formalizar, mas estamos fazendo isto na prática. É a nossa meta”, garantiu. “Nos últimos anos a despesa pública cresceu bem acima do crescimento real do PIB, momentaneamente isto é necessário, mas a longo prazo isto é insustentável”, ponderou. “Cresceu mais porque o crescimendo da economia desalecerou e a despesa pública cumpriu seu papel anticíclico”, explicou.

Barbosa falou ainda sobre o período de ajustes pelo qual a economia brasileira deve passar e defendeu que medidas restritivas num primeiro momento podem ter um efeito expansionista a longo prazo porque viabilizam novos investimentos. “Temos como política trabalhar com a previsão média do mercado, que prevê um crescimento ainda lento em 2015, recuperando-se no final de 2015 e entrando em 2016 com um crescimento mais alto”, disse, ao ser questionado sobre quanto tempo esses ajustes devem durar.

BENEFÍCIOS TRABALHISTAS - O novo ministro do Planejamento também defendeu a decisão do Palácio do Planalto de alterar benefícios trabalhistas como o seguro-desemprego e a pensão pós-morte, com o objetivo de gerar uma economia de R$ 18 bilhões no Orçamento da União. “O que houve foi uma correção de alguns excessos e distorções identificados há bastante tempo e cuja correção contribui para a viabilidade destes direitos trabalhistas no futuro”, afirmou. “Nós não estamos cortando nenhum benefício, tem de ficar bem claro.

Estamos ajustantdo as regras de benefícios existentes à nova realidade fiscal e social do país”, disse. “As pessoas sabem que alguma coisa está em excesso.

Uma pessoa de vinte anos receber uma pensão vitalícia devido ao falecimento do seu cônjuge não é um benefício adequado”, explicou.