Foto: Montagem do Blog Por Paulo Veras Especial para o Blog de Jamildo A quase inexistente oposição enfrentada pelo ex-governador Eduardo Campos na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) não se repetirá a partir de 2015 na gestão de Paulo Câmara (PSB).

A oposição ao novo governador promete uma fiscalização firme desde o primeiro momento e pode assustar pelo tamanho.

Enquanto apenas quatro nomes do PSDB se contrapunham à administração de Campos, a bancada de oposição a Paulo Câmara tem 13 nomes: a maioria do PTB e do PT.

De acordo com o líder da Oposição no Legislativo estadual, o deputado Sílvio Costa Filho (PTB), a cobrança ao novo governador vai começar já em fevereiro, quando os novos deputados assumem seus mandatos. “Nós não teremos um novo governo, nós teremos um governo de continuidade que vai para o seu nono ano de gestão”, afirmou. “Vamos cobrar os compromissos assumidos, como também o passivo que ele deixa para resolver”, prenuncia. “É um velho governo. É um novo governo com cara de velho”, completa a deputada estadual Teresa Leitão, presidente do PT em Pernambuco.

Para a oposição, Paulo Câmara tem responsabilidade sobre as ações realizadas nos últimos oito anos por ter atuado como secretário durante todo o período.

O socialista passou pelas pastas de Administração, Turismo e Fazenda.

Ao contrário dos tucanos, o novo grupo de oposição não pretende focar a atuação na realização de blitze.

Algumas áreas, porém, já foram escolhidas para serem acompanhadas de perto e já foram questionadas em plenário nos últimos meses após a eleição.

A primeira delas é em relação à saúde financeira do Estado. “Em 2010, o déficit primário do Estado era superavitário em R$ 220 milhões.

João Lyra está entregando um déficit de mais de R$ 1 bilhão em 2014”, explica Sílvio Costa Filho.

O déficit primário é calculado subtraindo a soma das despesas da máquina de todas as receitas arrecadadas.

A oposição vai cobrar também a correção no programa Pacto Pela Vida, que pela primeira vez desde que foi implantado, em 2007, apresentou aumento no número de homicídios.

Além disso, as metas de redução da violência só foram atingidas nos anos de 2009 e 2010. “Nós defendemos que o Pacto precisa ser repactuado.

Durante a eleição, Armando já defendia essa repactuação”, lembra Sílvio Costa Filho, em referência ao novo ministro do Desenvolvimento Armando Monteiro Neto (PTB), que disputou a eleição para governador contra Câmara.

O PTB, porém, nunca detalhou quais mudanças precisa fazer no programa.

Outro foco de atuação será a qualidade do atendimento na área de saúde pública.

A oposição também vai cobrar de perto a promessa do novo governador de dobrar o salário dos professores da rede pública. “Torço para que não seja uma proposta eleitoreira”, alfineta o deputado petebista.

PRISCILA KRAUSE – Oficialmente, integram a bancada de oposição os deputados Sílvio Costa Filho, Júlio Cavalcanti, Álvaro Porto, José Humberto Cavalcanti, Romário Dias e Augusto César, do PTB; Odacy Amorim, Manoel Santos e Teresa Leitão, do PT; Bispo Ossesio Silva (PRB); Pedro Serafim Neto (PDT); Edilson Silva (PSOL); e Socorro Pimentel (PSL).

Além disso, o grupo deve ser reforçado pela atuação de fiscalização da deputada Priscila Krause (DEM), que apesar de permanecer independente, promete manter a postura de cobrança que já foi adotada na Câmara do Recife.

Ela vai levar para o plano estadual a iniciativa do site Monitora Recife, que lista o andamento das promessas do prefeito Geraldo Julio (PSB). “É um trabalho que vai ser complementar”, admite Priscila Krause que, entretanto, promete manter a linha de independência assumida durante a campanha. “Antes mesmo de saber quem seria o governador, o meu discurso já era de independência”, justifica.

A deputada não tem participado das reuniões da bancada de oposição.

GOVERNO – Para o líder do Governo na Alepe, o deputado Waldemar Borges (PSB), a existência de uma bancada maior de deputados oposicionistas não preocupa o PSB. “A gente vê esse jogo entre governo como salutar, como importante para a democracia”, assegura. “Aquela oposição que queira efetivamente ajudar Pernambuco vai encontrar da gente sempre uma postura receptiva”, diz. “Quem, eventualmente, não estiver imbuído desse propósito, de ajudar Pernambuco, a própria população vai identificar”, explica.