Foto: BlogImagem “Eu inaugurei muito poucas obras, tá certo?” O reconhecimento é do governador João Lyra Neto (PSB), que assumiu o Governo de Pernambuco em abril, após a renúncia de Eduardo Campos e teve apenas nove meses para deixar uma marca. “Algumas obras do FEM, que foi uma iniciativa do governador Eduardo Campos, ficaram prontas.

Mas são obras municipais, que atendem às necessidades, que já estão entregues e que já estão atendendo à população”, argumenta. “Na minha concepção, os nove meses não eram o governo João Lyra.

Eu disse isso no encerramento da avaliação do ano passado, e disse também na minha posse.

Então, era a conclusão de um ciclo de oito anos.

Isso inciou-se em 2006 com as eleições em que a proposta era construir um novo Pernambuco”, afirmou, durante a entrevista de final de ano ao Sistema Jornal do Commercio de Comunicação (SJCC).

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O governador encerra a gestão tendo entregado apenas dois Expressos Empreendedor e com a promessa de implantar os Armazéns da Criatividade, braços do Porto Digital no interior, no próximo ano. “Tive dificuldade de gerenciar a máquina pública”, revela. “Nunca houve uma eleição presidencial com uma Copa do Mundo no meio da eleição; e no meio dos meus nove meses.

E, por uma infeliz coincidência, nunca houve um acidente como a tragédia que aconteceu com Eduardo em agosto.

O PSB, que é o meu partido, ele teve, é uma coisa inédita no Brasil inteiro em todas as eleições, nós tivemos, numa eleição só, três candidatos”, explica.

Na primeira reunião com o secretariado, Lyra garantiu que as eleições não atrapalhariam a administração pública.

O período eleitoral impõe algumas restrições ao gestor público, como a propaganda institucional.

Além disso, o governo federal atrasou a liberação do Plano de Ajuste Fiscal (PAF), mecanismo que permite ao Estado contrair empréstimos no exterior; o que contribuiu para a frustração de receitas em 2014. “Não fizeram PAF em estado nenhum, não foi discriminação.

Nesses nove meses eu não senti, não tive nenhuma discriminação pela Presidência da República.

Pelo contrário, todas as horas que eu solicitei a participação da União, eles tiveram junto.

Nem restrição financeira.

Só não conseguimos fazer os investimentos previstos porque os financiamentos não foram assinados”, justificou.

Questionado, o socialista evitou dizer que entregaria o Governo do Estado como “um mar de rosas”, mas disse que a máquina estará ajustada, com uma previsão de investimento da ordem de R$ 3,7 bilhões; dos quais R$ 700 milhões vêm de recursos próprios. “O PAF foi feito agora, cumprimos todos os indicadores.

Já solicitei e se der tempo, eu poderei assinar o empréstimos de cerca de R$ 500 milhões com o BNDES, e deixar pronto.

Se eu não assinar vou deixar tudo acordado para o próximo governador”, prometeu.

O governador também disse que vai cumprir religiosamente a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

Sem citar números, afirma que a legislação permite contrair uma dívida de até 200% da receita líquida do ano anterior e que a atual de Pernambuco é de 60%. “A dívida não atrapalha a gente”, assegurou.