Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem “Secretário não pode estar isolado, tem que estar conversando com todos.

As políticas têm que estar integradas”.

Foi o que afirmou o governador eleito Paulo Câmara após a primeira reunião realizada com o alto escalão do seu governo, neste sábado (20), no escritório de transição, no Recife.

O secretariado foi anunciado na última segunda-feira (15), com maioria de nomes que integraram a gestão de Eduardo Campos (PSB), padrinho político de Câmara que tinha como hábito agregar aqueles que considerava sua mão direita.

O próprio Paulo foi secretário por sete anos, nas pastas de Administração, Turismo e Fazenda.

A poucos dias de assumir o Palácio do Campo das Princesas, Câmara afirmou ter transmitido aos secretários a “necessidade de estar sempre procurando oportunidades para melhorar sua pasta”.

Para alinhar informações sobre o Estado, um dos objetivos da reunião, o encontro começou com uma palestra da economista Tânia Bacelar sobre as perspectivas e os cenários econômicos em Pernambuco, nacionalmente e no contexto mundial. “Se mantivermos esse ritmo de crescer dois pontos percentuais a mais que o Brasil, temos tudo para superar bem qualquer tipo de dificuldade que haja em 2015", disse o socialista após a reunião.

LEIA MAIS » Com crescimento do PIB, Pernambuco pode superar dificuldades, diz Paulo Câmara » Paulo Câmara promete concurso para policiais civis e militares Depois da fala de Bacelar, o atual secretário de Planejamento e futuro gestor da pasta de Educação, Fred Amâncio, apresentou as metas do Pernambuco 2035, iniciativa idealizada por Eduardo Campos para elaborar um plano estratégico que prepare o Estado para os desafios do futuro, projeto lançado pelo seu sucessor, João Lyra (PSB), na semana passada. “Foram informes para ter condições de governar Pernambuco com a nova equipe e não haver nenhum tipo de descontinuidade em virtude dessa mudança de comando”, afirmou Câmara, questionado sobre as perspectivas econômicas apresentadas na reunião.

LEIA TAMBÉM » Prestes a deixar Palácio, João Lyra questiona liderança de Paulo Câmara: sem trajetória » Tempo dirá se Paulo Câmara acertou ao colocar Thiago Norões no secretariado, afirma João Lyra » João Lyra reconhece necessidade de ajustes no Pacto Pela Vida Para Paulo Câmara, uma das prioridades da gestão que começa em menos de duas semanas é de concluir obras que estão em andamento.

Entre as polêmicas, está a construção do Complexo de Ressocialização de Itaquitinga, na Zona da Mata pernambucana, apresentada como uma forma de atenuar os efeitos do calo do sistema prisional, que se arrasta desde 2009 em uma Parceria Público-Privada (PPP) e está parada.

Cerca de 85% do presídio estão finalizados.

Além dessa obra, quando assumir, Paulo Câmara deverá se deparar com questionamentos da população sobre empreendimentos de mobilidade urbana, como os corredores de BRT e a navegabilidade do Rio Capibaribe.

Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem Em meio a discussões sobre os resultados negativos do Pacto pela Vida este ano, o governador eleito ainda prometeu convocar concursos públicos para ampliar o quadro de policiais civis e militares.

Embora não tenha divulgado detalhes, como o número de vagas, o secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho, que continuará no cargo, adiantou que 100 delegados serão selecionados.

Diante das dificuldades financeiras esperadas para o próximo ano, Paulo Câmara já havia anunciado, na última segunda-feira, que iniciará 2015 com a meta de reduzir a folha de pagamento dos cargos comissionados em 20%.

Seguindo o futuro governador, o projeto de reforma das secretarias que será enviado para Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) já provocará essa redução.