Por Adriano Oliveira – Cientista Político Ciclos políticos e eleitorais não são perenes.
Mas podem vir a ser duradouros.
Eventos ocorridos na trajetória possibilitam a perpetuação ou o fim dos ciclos.
Getúlio Vargas, por exemplo, liderou ciclos políticos e eleitorais.
Sob a sua liderança, o estado brasileiro foi construído e passou por transformações.
Vargas conseguiu cativar por logo tempo eleitores, em particular, os trabalhadores.
Eduardo Campos construiu, fortaleceu e consolidou ciclos político e eleitoral em Pernambuco.
As ações de Eduardo à frente do governo de Pernambuco possibilitaram a conquista de eleitores.
Eduardo, conforme pesquisas qualitativas mostram, obteve a admiração dos sufragistas pela sua capacidade de trabalho e sensibilidade social.
O desempenho de Eduardo Campos como político e governador teve a capacidade de influenciar a decisão dos eleitores.
Denomino tal capacidade deeduardismo.
O eduardismo contribuiu para os sucessos eleitorais de Geraldo Júlio em 2012 e de Paulo Câmara em 2014.
Com a morte precoce do governador Eduardo Campos, o eduardismo continuou a existir na memoria dos eleitores, pois, a admiração por um líder não cessa repentinamente.
Porém, ao olhar atentamente para os espaços político e eleitoral em Pernambuco, constato vazios.
A Frente Popular, aparentemente, continua a existir.
Quem lidera ou liderará a Frente Popular de Pernambuco?
Geraldo Júlio e Paulo Câmara exercem funções executivas.
Portanto, teoricamente, serão os líderes.
Mas para isto ocorrer, eles precisam estar bem avaliados entre os eleitores.
Caso um esteja bem avaliado entre os sufragistas e o outro não, um ascenderá sobre o outro.
E, por consequência, será referência na Frente Popular.
A ascendência de um sobre o outro tem condições de gerar conflitos na Frente Popular.
Então, o líder que surgir precisará ter a capacidade política para arbitrar os conflitos.
Caso não, chances para a implosão da Frente Popular surgirão.
Se Geraldo Júlio e Paulo Câmara não conquistarem a admiração de parcela majoritária dos eleitores, aumentam as chances da Frente Popular implodir.
Um grupo, supostamente liderado pelo senador Armando Monteiro, tende a fazer oposição ao governador eleito Paulo Câmara.
As desavenças ou a implosão da Frente Popular beneficiam a suposta oposição.
Mas quem liderará a oposição ao governador de Pernambuco?
O senador Armando Monteiro tem condições de aglutinar parlamentares, em particular do PT, e com isto liderar a oposição?
O PSDB e o DEM estão aptos a liderar a oposição a Geraldo Júlio.
Porém, estratégias equivocadas tendem a enfraquecer os seus principais quadros.
A ação do PT em Recife é uma incógnita, pois a agremiação carece de novos quadros.
E, talvez, o partido não esteja convencido de que a melhor estratégia para 2016 seja a de produzir candidatos neófitos.
Um detalhe: desavenças na Frente Popular podem criar lideres oposicionistas advindos da Frente Popular.
A ausência caracteriza as atuais paisagens eleitoral e política de Pernambuco.
O eduardismo continua a existir na memória dos eleitores.
Mas a sua existência não será suficiente para a manutenção do capital eleitoral da Frente Popular.
Diante disto, surge a oportunidade para o surgimento de novas lideranças.
Quem será ou quais serão as novas lideranças de Pernambuco?