Foto: Ricardo Stuckert / Instituto Lula Da Folhapress O ex-presidente Lula disse nesta quinta-feira (18) que cabe a Dilma Rousseff decidir se Graça Foster deve ou não deixar a presidência da Petrobras.
Perguntando pela Folha de S.Paulo se achava que Foster deveria deixar a estatal, Lula respondeu: “Eu não acho nem ‘desacho’. É um problema da presidenta Dilma, não é meu.” LEIA MAIS Graça Foster põe cargo à disposição de Dilma Relatório paralelo da oposição na CPI da Petrobras pedirá indiciamento de Graça Foster Lula também foi perguntado sobre até quando a Petrobras aguenta a crise envolvendo as investigações da Operação Lava Jato. “A Petrobras tem muita força, gente.” Ele deu as declarações após participar de solenidade no Ministério da Justiça em homenagem aos dez anos da reforma do judiciário.
CRÍTICAS - Sem citar diretamente a Operação Lava Jato, o ex-presidente reclamou de vazamentos seletivos de inquéritos e de “linchamento midiático” em meio a investigações sobre corrupção no país.
De acordo com Lula, “setores partidários e da imprensa fazem tábula rasa de sagrados princípios do Estado de Direito” e criam um ambiente para que exista um prejulgamento nos casos de corrupção antes que processos formais sejam concluídos. “Nesse momento em que se realizam investigações capazes de conduzir ao expurgo de práticas ilícitas de corruptos e corruptores, há setores que se lançam à manipulação da denúncia e ao vazamento seletivo de inquéritos com indisfarçável objetivo político-partidário (…) Pessoas e instituições investigadas tornam-se alvo de prejulgamento público sem acesso proporcional ao direito de defesa”, disse.
As declarações foram dadas num evento realizado nesta manhã no Ministério da Justiça em comemoração aos dez anos da reforma do Judiciário, que, entre outros, criou o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e o CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público).
O evento também homenageou o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos.
A partir de agora, leva seu nome uma medalha que será concedida pelo ministério a pessoas que prestarem relevantes serviços a favor do acesso da sociedade à Justiça.
Lula, que fez o discurso que encerrou o evento, ainda disse que defende a democracia e a imprensa livre, mas que era preciso “repudiar com vigor a incitação linchamento midiático que em nada contribuiu para o julgamento necessariamente isento no âmbito das instituições”.