Foto: Hélia Scheppa/JC Imagem Em entrevista concedida à Rádio Jornal no final da manhã desta quarta-feira (17), o empresário João Carlos Paes Mendonça, do Grupo JCPM, afirmou que todas as previsões para 2015 apontam um ano difícil para a economia e defendeu a necessidade de melhorar a gestão pública para superar os desafios que se colocam no País. “É preciso ter menos política e mais gestão, menos demagogia e mais disciplina, menos gastos públicos e mais ação”, disse. “Vamos viver um ano muito difícil”, alertou o empresário. “O crescimento do Brasil esse ano é zero.

No próximo ano não vai ser diferente disso.

E a inflação vai aumentar.

Eu espero que esse novo ministro da Fazenda resolva esse problema”, pontuou, em referência a Joaquim Levy, que irá conduzir a economia do Brasil em 2015.

João Carlos Paes Mendonça demonstrou preocupação com o número de ministérios existentes no Governo Federal e de secretarias no Governo do Estado. “É impossível um País funcionar bem com tanta gente.

Eu acho que tem ministros que a presidente talvez nem receba durante o ano”, disse.

OUÇA A ÍNTEGRA DA ENTREVISTA NO SITE DA RÁDIO JORNAL Ele também demonstrou preocupação com o fato de algumas pessoas sem experiência na área assumirem determinados ministérios e secretarias estratégicos para contemplar interesses políticos. “Me preocupa essas pessoas que podem não ter o conhecimento total das áreas nas quais vão ficar”, declarou. “Num time de futebol é muito difícil você transferir um goleiro para volante.

Na iniciativa privada você cria uma carreira e segue nela.

No setor público, não. É muito fácil você mudar de uma área para a outra.

E o gol não sai”, comparou.

João Carlos Paes Mendonça disse torcer pelo sucesso do governador eleito Paulo Câmara e ponderou que ele precisa ter austeridade para controlar os gastos públicos.

Foto: Hélia Scheppa/JC Imagem No plano nacional, JCPM demonstrou confiança com a nova equipe econômica anunciada pela presidente Dilma Rousseff (PT) após a reeleição, porque ela tem um perfil diferente da atual, que anunciava metas e previsões de crescimento que não se concretizavam. “Nós vivemos na mentirinha.

Isso não pode acontecer”, se queixou.

Por outro lado, Paes Mendonça demonstrou pouco entusiasmo em relação à realização de obras públicas. “Eu vejo que as obras demoram muito, os custos aumentam assustadoramente e a qualidade piora”, disse.

O empresário lamentou ainda as denúncias de desvio de dinheiro público da Petrobras. “Fico estarrecido.

E isso ainda é uma ponta de um iceberg.

Esse negócio ainda vai ferver muito fortemente”, previu. “Nesse País, se a pessoa passar três meses dormindo e acordar, ele fica estarrecido com o que está acontecendo”, comentou ainda.

Com investimentos em todo o Nordeste, João Carlos Paes Mendonça disse que apesar de todos os resultados positivos obtidos nos últimos anos, a região teria que crescer muito mais nos próximos 25 anos para diminuir a diferença entre o resto do Brasil.

Para atingir esse resultado, defendeu que é preciso solucionar barreiras. “Nós precisamos acabar com a burocracia, com as dificuldades para aprovar um projeto nessa cidade, que está começando a desestimular os empresários.”