Em encontro com integrantes e convidados especiais do escritório Urbano Vitalino Advogados, no bairro da Boa Vista, no Recife, o vereador André Régis fez uma palestra abordando o tema das perspectivas políticas para o ano de 2015, onde aprofundou uma análise a respeito da cultura, vantagens e entraves do modelo e do sistema político em uso no Brasil.
O parlamentar construiu uma visão crítica dos mecanismos adotados pela máquina estatal brasileira a partir da constatação de exigências descabidas feitas aos cidadãos pressupondo que todos os brasileiros mentem.
Ele citou como exemplos os atestados de residências e reconhecimentos de assinaturas em cartórios, normalmente solicitados para quaisquer demandas junto aos setores públicos. “Nossa relação com o estado é baseada na desconfiança.
Eu morei quatro anos nos EUA e jamais compareci a um cartório.
Não faz sentido a pessoa mentir sobre seu próprio endereço ou ser questionada sobre a autenticidade de uma assinatura que ela faz na presença do próprio agente do estado”.
André Régis falou sobre amplitude das ofertas de cargos públicos para fiscalização e na montagem de mega estruturas de serviços governamentais, comparando-as com o que existe em outras nações onde a população manifesta, antes de qualquer passo, suas preocupações com custos de obras e com o destino dos impostos pagos.
Ele explicou que a população brasileira não se pronuncia em relação aos custos de projetos adotados unilateralmente pelos governos nem tampouco se mobiliza para rejeitar o que não seria de seu interesse e assim formar correntes de opinião capazes de estabelecer uma interlocução permanente com as administrações públicas.
Com um auditório lotado de profissionais do Direito, o vereador do PSDB mostrou que as leis brasileiras, embora rigorosas, são descumpridas pelas autoridades que deveriam dar exemplos, mas, no entanto, atuam de forma não republicana, disseminando o descrédito e a decepção junto à população.
Para Régis, a Constituição de 1988 assegura proteções sociais que a evolução da ciência com o prolongamento da vida útil das pessoas conduz a um impasse: até quando os governos terão a capacidade de prover os sistemas previdenciários e de saúde pública? “Hoje, o cidadão de classe média paga a escola dos menos afortunados pela via dos tributos, paga a escola de seus filhos para assegurar uma formação de qualidade e paga os impostos embutidos nos bens de consumo.
O mesmo acontece com a saúde na medida em que as demandas junto ao SUS são tão gigantescas que emperram o atendimento e forçam a classe média a correr para os planos privados de saúde”.
André Régis disse que a única saída para viabilizar a nação brasileira no rumo de uma sociedade saudável e produtiva, com menos dependência da assistência social, será o investimento em Educação. “Uma pessoa educada enriquece, contribui com a economia e leva o país ao pleno desenvolvimento”, disse o parlamentar que preside a Comissão de Educação e Cultura da Câmara Municipal do Recife.
Com uma experiência no assunto da educação, tendo feito o raio-X de todas as 320 unidades escolares da rede pública do Recife e disponibilizado relatórios online para a livre consulta da população, André Régis apontou a saída para o impasse que vem condenando as crianças ao analfabetismo.
Ele disse que as parcerias público-privadas podem ser utilizadas pela prefeitura do Recife tal como já acontece com a cidade de Belo Horizonte porque além de assimilada pela legislação essa alternativa serve para uma solução de curto prazo na construção de uma nova e moderna rede escolar pública. “O atual quadro do sistema escolar público recifense é desolador”, disse André Régis ao salientar que a rede existente é violadora dos direitos humanos e inaceitável.