1 Por Ricardo Souza, do blog Rede Previdência O ano está praticamente em seu fim.
O recesso forense e a transição política fazem o tempo previdenciário parar.
Veja, agora, os principais fatos que marcaram 2014 e as possibilidades de 2015: Desaposentação O tão esperado julgamento da desaposentação, pelo STF, começou mas não terminou.
E para aumentar as expectativas, o placar, no Supremo, deu empate, 2 votos favoráveis e 2 votos contrários.
O voto dos demais ministros decidirá a questão, mas, isso não acontecerá neste ano.
No entanto, o principal fato do julgamento foi a proposta do ministro Luis Roberto Barroso, que, votando a favor, propôs uma fórmula intermediária, um meio termo entre os interesses dos segurados e do Governo.
A hipótese de devolução dos valores percebidos pelos aposentados, no período compreendido entre a primeira aposentadoria e o pedido de “desaposentação” está praticamente descartada.
A solução da questão fica para 2015.
Fator Previdenciário Há muitos anos que a bandeira do fim do fator previdenciário é empunhada.
A presidente eleita, Dilma Rousseff, descarta esta solução.
No entanto, vários aliados e até técnicos do Ministério da Previdência defendem o fim do fator.
Em 2015, a conjuntura política pode influenciar a questão.
Um eventual enfraquecimento do Governo Dilma pode motivar recuos táticos do governo ou uma rebelião da base aliada.
Nesse contexto, o fator pode voltar à discussão.
Reforma da Previdência Dentre as propostas, o foco está nas pensões, bem como no maior controle da gestão dos regimes de previdência dos servidores efetivos.
Prevista, inicialmente para 2013, foi para a gaveta por conta das manifestações de junho daquele ano.
Em 2014, o tema permaneceu fora de pauta, em razão das eleições.
Logo após o segundo turno, voltou à pauta e deve voltar, com força, em 2015 (sempre dependendo da conjuntura política).
Dado interessante é que, nas discussões sobre a composição do Ministério, a pasta de Previdência vem sendo rejeitada pelos ministeriáveis.
Mais uma vez, deve ficar como a última alternativa para composição política.
Aquela vaga que um político somente aceita se não houver outra. “Anistiados” do Governo Collor Neste ano, surgiram decisões favoráveis à contagem do tempo previdenciário para servidores federais que estiveram afastados, por conta de demissões no Governo Collor, e foram, em 1994, reintegrados.
A Lei que determinou a reintegração reconheceu a inconstitucionalidade das demissões.
Em 2015, deve surgir uma ação direta de inconstitucionalidade cujo principal efeito seria a reparação de perdas não prescritas.
Previdência Estadual A previdência dos servidores do Estado de Pernambuco segue no limbo.
Passados 16 anos da primeira Reforma Nacional da Previdência e 14 anos da primeira tentativa de reformar a Previdência Estadual (Lei Complementar nº 28/2000), as soluções que visam a uma transição do modelo deficitário para um modelo sustentável, apesar das promessas, não aconteceram. 2015 representa uma incógnita a ser desvendada pelo Governo do Estado.
Previdência dos municípios Após 2 anos de gestão, os prefeitos eleitos em 2012 não demonstraram grandes resultados, em relação aos fundos previdenciários municipais.
No geral, os déficits aumentam e fundos bem geridos, até os mandatos anteriores, sofrem o esvaziamento pelas gestões atuais.
No entanto, também existe uma minoria que faz a diferença.
O grande nó da Previdência dos municípios é a ingerência política.
Em 2014, o destaque foi a intensificação das rejeições de contas de prefeitos que deixam a previdência à deriva.
A expectativa é que, em 2015, o cerco se aperte ainda mais, o que pode gerar bons resultados nos indicadores dos regimes de previdência.
Uma parceria entre o TCE-PE e o Ministério da Previdência pode dar bons resultados.
Como no conjunto dos grandes temas brasileiros, os prognósticos para 2015 são incertos.
Das últimas décadas, o ano que se inicia parece ser o ano em que a política e o imponderável mais devem influenciar.
Vale, então, o célebre (e sábio) dito popular: tudo pode acontecer, inclusive nada.