O clima final depois do anúncio do secretariado de Paulo Câmara podia ser interpretado como revelador do momento do partido no Estado.

A maioria vazou, um ou outro demonstrava alguma felicidade pela indicação.

O próprio Paulo Câmara demonstrava algum nervosismo em sua fala, depois da nota crítica do senador eleito Fernando Bezerra Coelho, publicada pelo Blog de Jamildo.

Nos bastidores socialistas, a avaliação de aliados de João Lyra não era menos crítica, revelando mais uma vez a divisão. “Trata-se de um governo de prepostos.

Nunca se viu um governador abrir mão de indicar o secretário da Fazenda, mas Geraldo Júlio colocou um preposto lá.

Danilo Cabral tem dois prepostos (Nilton Mota na Agricultura e Anchieta Patriota, na Casa Civil).

E o próprio governador aceitou que o ex-secretário da Saúde colocasse um preposto seu na Saúde”, diz um graduado auxiliar do governo.

O próprio governador não ficou lá muito satisfeito.

João Lyra havia demitido o ex-procurador Thiago Norões, no mês passado, mas Paulo Câmara acabou por reabilita-lo e promovê-lo no cargo de secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado.

Consta que Lyra teria estranhado a indicação, depois de ter informado pessoalmente à Paulo Câmara os motivos do afastamento. “Não foi uma afronta ao governador João Lyra, foi, na verdade, um erro estratégico”, avalia o socialista.