Foto: Marcello Casal Jr/ABR A ex-candidata à Presidência da República pelo PSB, Marina Silva, declarou em entrevista a um canal de TV por assinatura que “falar a verdade tem um preço muito alto”.
A afirmação da ambientalista fazia menção à campanha das eleições de 2014, marina ainda acusou seus adversários de fazerem “uma campanha baixa” contra ela e contra o ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos.
Perguntada sobre o processo eleitoral, Marina o considerou “difícil, mas gratificante”, pois é quando se tem a oportunidade para debater os assuntos que de fato interessam à vida da população.
No entanto, Marina alegou que, em 2014, tanto ela quanto Eduardo passaram por um processo de “desconstrução” por parte, principalmente, da campanha da presidente reeleita Dilma Rousseff (PT).
Marina entrou como vice na chapa que tinha Eduardo como ‘cabeça’, pois o registro do partido que tenta criar, a REDE, foi negado.
Com a morte de Eduardo durante a campanha, o nome da ex-senadora passou a figurar como principal na candidatura". “Eu e Eduardo fizemos uma escolha quando nos unimos: de que a nossa aliança seria uma aliança programática e resolvemos fazer um programa.
Essa escolha nos custou um preço muito alto, que foi exatamente o preço da desconstrução por temos a coragem de dizermos o que iríamos fazer pelo país”, desabafou.
Relação com Lula: Marina também foi instada sobre a a atuação do ex-presidente Lula (PT) na campanha.
Em determinado momento, a ex-candidata chegou a chorar por causa de declarações que Lula fazia a respeito dela.
Marina foi filiada ao Partido dos Trabalhadores por quase duas décadas e tinha uma relação muito próxima com o líder petista.
A ex-senadora preferiu não aprofundar a resposta e falou de forma vaga, evitando tocar no nome de Lula: “Toda a crítica que foi feita a nossa postura e a nossa proposta, eu diria que foram críticas mais voltadas para desconstruir do que algo que tivesse a ver com divergências no mérito”.
Aécio Neves e o PSDB: A entrevista foi concedida ao programa que o jornalista Roberto D’Ávila apresenta no canal de notícias Globo News, onde semanas antes o também ex-candidato à Presidência Aécio Neves (PSDB) foi entrevistado e fez críticas pesadas ao PT e à presidente Dilma.
Dentre outras coisas, o tucano afirmou que perdeu a eleição para “uma organização criminosa e não para um partido”.
Marina mais uma vez tergiversou e respondeu abrangendo de forma geral o processo eleitoral de 2014: “Eu prefiro ter a minha própria opinião.
Infelizmente, o processo político no Brasil vem sofrendo um rebaixamento.
As pessoas não querem mais discutir propostas, ideias, são apenas estratégias de como se faz para manter o poder ou para ganhar o poder”.
Depois de perder o favoritismo no primeiro turno para Aécio, Marina ficou de fora da decisão no segundo turno e resolveu apoiar o tucano, quebrando definitivamente seus laços com o PT, sigla onde iniciou a sua carreira política.
O PSDB mantinha alianças com o PSB de Eduardo Campos em São Paulo e marina chegou a declarar na campanha que “jamais subiria no palanque do PSDB”.
No primeiro turno Marina Silva conseguiu 22 milhões de votos.