Nesta sexta-feira acontece a mesa temática “Ditadura Militar e Repressão no Campo” como parte do VIII Seminário Internacional de Direitos Humanos da Universidade Federal da Paraíba.

Um dos expositores é o antropólogo pernambucano Anacleto Julião Crêspo, filho do fundador das Ligas Camponesas Francisco Julião.

O evento deste ano tem como temática as “Ditaduras Militares, Estado de exceção e resistência democrática na América Latina”.

O seminário, que conta com os apoios do Ministério da Educação (MEC) e Ministério da Justiça (MJ), teve início na última terça-feira (9) e se estende até esta sexta (12).

Comemorando a entrega do relatório de 4.400 páginas da Comissão Nacional da Verdade, na última quarta-feira (10), Anacleto Julião afirma que o movimento de aprofundamento da democracia pode sofrer ataques. “Nós temos que estar alertas.

Uma ação desse tipo traz reações de setores da população civil e militar que querem o atraso com relação à democracia” diz o membro da Comissão Estadual da Memória, Verdade e Justiça de Pernambuco e fundador do Movimento Infantojuvenil de Reivindicação (Mirim Brasil). “O nosso dever é mostrar a verdade, recuperar a memória dos fatos e fazer justiça.

O espaço desse seminário serve também para fortalecer e aprofundar a democracia, defendendo também a reforma política necessária à nossa pátria”, completa.

Participam do encontro 50 convidados, professores, pesquisadores, militantes e perseguidos políticos da ditadura e familiares de desaparecidos e presos políticos de vários estados do Brasil e de outros países da América Latina, distribuídos em 12 mesas temáticas. “Na América Latina há a necessidade de expor a verdade sobre os fatos e fazer-se justiça quanto às violações de Direitos Humanos, como forma de prevenir novos retrocessos.

Em especial no Brasil – onde há 50 anos ocorreu o golpe militar que resultou em supressão de direitos e cuja verdadeira dimensão ainda é desconhecida.

Faz-se necessário, também, aprofundar sob uma perspectiva interdisciplinar os estudos sobre as novas ameaças para a paz e a democracia”, diz o antropologo.