Por Jayme Asfora No mundo todo, o jovem passou muito tempo excluído das prioridades das políticas públicas.

Essa situação levou a um tipo de limbo - em que a tutela direta do Estado já não fazia tanto sentido, mas, ao mesmo tempo, o acesso ao mercado de trabalho, por exemplo, ainda é muito difícil.

Essa é uma realidade universal.

Assim, um terço dos jovens entre 10 e 24 anos de todo o mundo vive em situação de vulnerabilidade social segundo foi divulgado, recentemente, pela ONU.

Estamos falando de um contingente de 1,8 bilhão de pessoas nessa faixa etária, dos quais 500 milhões vivem abaixo da linha de pobreza, com menos de US$ 2 por dia.

Já o Brasil conta, de acordo com o Censo 2010, com um contingente de 51 milhões de pessoas na faixa dos 15 aos 29 anos de idade – faixa que identifica a população jovem legalmente.

Esse total representa 27% do número de habitantes.

O Movimento Todos Pela Educação (TPE) mostrou que o número de jovens com idade entre 15 e 17 anos fora da escola aumentou em 2013, chegando a 1,6 milhão de jovens fora das salas de aula sem ter concluído o ensino médio.

Outros números demonstram uma realidade bastante cruel.

O Mapa da Violência do Brasil – que ainda considera jovem a população entre 15 e 24 anos – mostra que 53,7% dos homicídios registrados são de jovens.

Já o Relatório sobre Violência Homofóbica no Brasil de 2011 informou que as principais vítimas desta violência são os que têm entre 15 e 29 anos (47,1%).

Outro exemplo: os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) mostrou que, em 2013, entre os jovens de 15 a 17 anos, apenas 2,4% tinham um emprego, formal ou informal.

Em relação ao ano anterior, esse número foi 13,5% menor.

Já na faixa etária de 18, a taxa de ocupação era de 3,5% - menor também do que em 2012.

Tudo isso, leva à necessidade de termos um olhar especial para essa população.

Questões importantes como acesso à educação, à qualificação profissional, o combate à violência, a tolerância à diversidade, entre outros, precisam estar na pauta das ações governamentais.

Em 2013, foi sancionada lei que cria o Estatuto da Juventude.

Isso após 10 anos de tramitação no Congresso e um ano depois de sua aprovação.

Para garantir uma política voltada para o jovem e que o represente de fato, a nossa Secretaria de Juventude e Qualificação Profissional realizará, no próximo dia 18 de dezembro, uma escuta pública com a finalidade de criar a Política Municipal da Juventude que terá, por objetivo, abrir um novo e positivo horizonte para os jovens da nossa cidade.

A Conferência vai reunir jovens entre 15 e 29 anos e entidades que atuam junto a esse público e que conhecem bem essa realidade.

Vamos fazer uma escuta o mais ampla possível para que o plano retrate os principais anseios e necessidades dos jovens recifenses.

Por isso, estamos contando com a participação de diversos segmentos como movimentos estudantis, culturais, universidades, escolas, igrejas e muito mais.

Por isso mesmo, também deixamos aberta a possibilidade de inscrição até uma hora antes do início do evento.

Acreditamos que após essa Conferência, nosso trabalho será ainda melhor direcionado e com maior efetividade nos resultados.

Jayme Asfora é secretário municipal de Juventude e Qualificação Profissional