Apesar da busca do PTB em colocar-se como oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), os caminhos trilhados pelo partido convergem para o apoio à reeleição do presidente da Casa, Guilherme Uchoa.

Para bater o martelo, faltava apenas o sinal positivo do senador Armando Monteiro Neto (PTB), recém nomeado pela presidente Dilma Rousseff (PT) como ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Alheio à ansiedade gerada em torno do apoio ou não ao deputado Guilherme Uchoa, Armando evitou emitir opiniões sobre a situação da Alepe.

Para o senador, a responsabilidade da escolha diz respeito à bancada do PTB. “O problema da Alepe é dos deputados estaduais.

Ou seja, primeiro eu preciso saber qual a opinião da nossa bancada sobre o processo para depois dar uma definição sobre o quadro da disputa”, disse Armando, durante entrevista nessa quinta-feira (11), na confraternização da Fiepe.

O petebista afirmou, ainda, que não irá interferir na escolha da nova mesa diretora da Assembleia Legislativa.

O atual presidente da Casa, Guilherme Uchoa (PDT), deve alcançar pela quinta vez consecutiva a presidência.

Se o parlamentar conseguir viabilizar uma chapa única de consenso para a presidência da Casa, o PTB ficaria com a vaga de vice-presidente da Mesa.

Sérgio Bernardo/JC Imagem RESISTÊNCIA - Em 2011, Armando foi um dos articuladores junto à bancada estadual para evitar uma nova eleição de Uchoa para a presidência da Alepe.

No entanto, o projeto foi derrubado.

A possibilidade de o ex-presidente da Casa Romário Dias (PTB) disputar a chefia do Legislativo com Uchoa é vista como baixa na Alepe, porque sozinho o PTB teria poucas chances de vencer a disputa.

O apoio ao atual presidente, por outro lado, seria uma derrota para as pretensões do PSB.

Uchoa preside a Alepe desde 2007 e enfrenta resistência do PSB que, por ter a maior bancada da Casa, com 15 deputados estaduais, acredita ter prioridade para ficar com o comando da Mesa.

A renovação com a saída de Uchoa também favorecia o discurso da “nova política”, adotado pelo PSB em 2014.

Por enquanto, Uchoa tem assegurado o apoio do próprio PDT, do PTC e do PMDB, partidos menores na Casa, que somam seis votos.

Com o apoio do PTB, o atual presidente garantiria oficialmente o voto de 12 dos 49 futuros deputados.

A principal vantagem de Uchoa é a atuação como defensor da Casa e a atuação para agradar os colegas.

Na última eleição, ele cedeu bases eleitorais para ajudar nas campanhas de André Campos, Laura Gomes e Léo Dias; a pedido do ex-governador Eduardo Campos, falecido em agosto, que apoiou seus quatro mandatos no Poder.

A eleição na Alepe vai depender muito da decisão que o governador eleito Paulo Câmara (PSB) vai tomar sobre o Legislativo, se vai decidir lançar candidato ou não.

Enfrentar Uchoa, porém, poderia render ao futuro governador uma derrota política já no início do mandato.